quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O OVO (EYIN) E SUA IMPORTÂNCIA DENTRO DO CULTO


importância e utilidade dentro da nossa Liturgia, Preceitos e Fundamentos.
O ovo é o principal e maior símbolo da fertilidade, utilizado amplamente nos rituais de INICIAÇÃO, EBORÍ, EBO para reativar a energia positiva como também retirar as energias negativas.
Existem vários ITAN dos Tratados de IFÁ relatando a grande importância do EYIN.
Um deles conta que OLÓDÙMARÈ estava para dar origem ao universo, tinha num pote de barro “4 ovos”.
Com o 1º ovo, deu origem a ÒÒSÀÀLÁ, ÒRÌSÀNLÁ ou OBÀTÁLÁ, surgindo na explosão da luz, sem forma, assim ÒÒSÀÀLÁ surgiu no mundo.
Com o 2º ovo, deu origem a ÒGÚN, a forma.
Com o 3º, deu origem a OBALÚWÀIYÉ, a estrutura.
O 4º ovo acidentalmente cai de suas mãos, estourando-se no chão e revelando sua riqueza.
Originou-se assim, a primeira Mãe ancestral chamada ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ, expondo o segredo de sua riqueza para o grande PAI, ou seja, mostrando seu poder de fertilidade sobrenatural, exposto a olho nu, diante do Deus Supremo, nascendo assim a fonte mantenedora da vida.
O Ovo possui três diferentes cores, associado às cores principais e primordiais do universo:
- o ovo de casca azul, representando a cor preta DÚDÚ relacionada com a escuridão (a falta de luz nas profundezas da terra e dos mares).
- O ovo de casca branca, relacionada a explosão da luz.

- O ovo de casca vermelha, relacionada ao ÀSE = fogo mantenedor da fertilidade totalmente relacionado ao poder astral.
Seu conteúdo possui diversas características e a maioria das vezes, é branco, frágil e oval; dele nasce um novo ser associado à idéia de que o universo surgiu primordialmente dele próprio, na forma de um protótipo do mundo, como um filho de asas negras = ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ,
que foi cortejada pelo FUN FUN (branco) = ÒÒSÀÀLÁ, ÒRÌSÀNLÁ ou OBÀTÁLÁ.
O ovo é uma célula reprodutora feminina dos animais, chamada macro-gameta ou seja, rudimento de um novo ser organizado e primeiro produto do encontro dos dois sexos, pelos quais desenvolve a possibilidade de existência do feto.
Origem e princípio, uma imagem viva do grande mundo (O Universo), em oposição ao microcosmo (o homem).


O Ovo é resultante da composição e fecundação de óvulos, possuindo 4 partes:
A 1ª parte é a casca, que representa o útero (invólucro mítico).
A 2ª parte é a membrana interna, que representa a bolsa, placenta uterina (parede defensora).
A 3ª parte é a clara, matéria viscosa e esbranquiçada, do grupo das proteínas que representa o útero.
A 4ª parte é a gema amarela, parte intima central e globular, suscetível de reproduzir, a qual representa o feto, um novo ser esta sendo gerado, preparado para nascer e atuar no que for necessário.

O mito do ovo está presente em todas as culturas antigas, entre elas a Africana, Fenícia, Chinesa, Eslava, Polinésia, Hindu, Hebraica e demais.
A força germinal contida no ovo, esta associada à energia vital com grande desenvolvimento através de ÈSÙ, motivo pelo qual, tanto o ovo, quanto ÈSÙ desempenham uma função importantíssima no CULTO aos ÒRÌSÁ, principalmente no culto de ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ, ÒSUN, YEWÀ, OYA, OBALÚWÀIYÉ.
Confirmando uma total conexão com a fertilidade, magias para o amor, purificando e quebrando forças maléficas.
A gema, sangue germinal unida à clara vamos ter nutrientes e hidratação, transformados num único ser vivo individual no interior do ovo; plagiando o mesmo processo no interior do útero, que indiscutivelmente é o mesmo processo que acontece nos nossos rituais, a mesma idéia de união do casal universal OBÀTÁLÁ e YEMOWO.
Mas no contexto do ovo acontece mais rapidamente, não existindo nenhum tipo de vínculo biológico entre a mãe e o filho, ou seja, não existe cordão umbilical.

Isto explica o poder contido no ovo por si só, o qual foi um elemento criado diretamente pelo todo poderoso OLÓDÙMARÈ, que colocou primeiramente o Ovo no mundo, logo depois surgindo dele a vida, ou seja, a ave.

Por isso, o ovo é um elemento originado diretamente pelo Criador, o símbolo mais importante que representa o poder de ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ, Mãe Ancestral, que necessita intrinsecamente do poder masculino de ÒÒSÀÀLÁ, ÒRÌSÀNLÁ ou OBÀTÁLÁ, o qual faz do ovo um elemento de muito ÀSE (poder realizador).

O ovo é utilizado amplamente em vários rituais dos nossos preceitos, que depois de encantados com os OFÒ, ORÍKÌ ou GBÀDÚRÁ; tem a finalidade de neutralizar o mal, as energias negativas e purificar o ORÍ dos OMO ÒRÌSÀ KON.
Sendo um elemento de manipulação, atua como agente de purificação nos EBO entes da INICIAÇÃO dos OMO ÒRÌSÀ KON; melhora assim o ORÍ que ira receber as oferendas do EBORÍ; para que o nosso ÒRÌSÀ ORÍ que é a central de ligação entre o nosso corpo com o nosso ÒRÌSÀ ÈLÉÈDÁ esteja em perfeita harmonia; é o caminho para podermos superar os obstáculos em nossa vida, para que esta possa estar em harmonia e energeticamente positiva.

O ovo também é utilizado com a finalidade de se obter fertilidade, atrair dinheiro, produtividade nos negócios e serenidade em certas situações.

O ovo cozido é utilizado inteiro sobre os EBO ( oferendas) para os ÒRÌSÀ.

Quando cozido e esfarinhado e misturado ao EKURU também esfarinhado, é espalhado sobre o solo da casa dos ÒRÌSÀ, tendo a finalidade de agradar as ÁJÈ ( feiticeiras astrais), neutralizando as energias negativas, quando é invocado neste ritual.
As ÁJÈ, sob o domínio de ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ, ÈSÚ e OBALÚWÀIYÉ, propiciarão abundancia e prosperidade para a Casa Templo.
O ovo cru quando utilizado inteiro em oferendas, tem a função de tranqüilizar e acalmar.
Por isso é comum vermos muitos ovos crus colocados nos pés de certos OJÙBÓ (assentamentos dos ÒRÌSÀ).
A finalidade será de atrair abundância e proteção, fazendo com que todos os ÒRÌSÀ compreendam perfeitamente que o EBO é uma suplica, e, dependendo da força energética e essência de cada ÒRÌSÀ, esta não só atuará no tocante a fertilidade mais também proporcionara dinheiro, sorte, saúde e desenvolvimento na vida.

Já quando quebrados diretamente na cabeça, têm a função poderosa de purificar e livrar até 80% de qualquer tipo de feitiço ou qualquer outro tipo de negatividade que esteja sobre o Orí de uma pessoa.

Quando em um EBO, ovos crus são atirados no chão ou quebrados em cima do corpo de uma pessoa, que vulgarmente este ato é chamado de descarrego; terá a finalidade fazer uma modificação nos caminhos desta, tirando as dificuldades da vida da pessoa ou qualquer força energética negativa.

Ao ser quebrado, ele revela sua riqueza e seu poder; pois no exato momento que é quebrado, o ovo não terá mais a possibilidade de germinar, ou seja, nascer algo dele, em uma substituição ou troca, que acabará com o problema que aflige a pessoa, possibilitando o fim uma situação negativa.

Por este motivo é que o ovo cru deve ser quebrado, principalmente no ORÍ dos OMO ÒRÌSÀ KON, em uma preparação do ORÍ, que logo depois irá receber os outros elementos que fazem parte para a veiculação e transmissão do poder do Àse.
Começando primeiramente pelo ÈJÈ DÚDÚ o ÀGBO, em seguida o ÈJÈ PUPA das aves ou quadrúpedes, e, finalmente o ÈJÈ FUNFUN do ÌGBÍN, colocado por cima de tudo; purificando e possibilitando a existência e a veiculação e transmissão do ÀSE.
Com a união dos três sangues primordiais, após ter sido purificada com o ovo cru, possibilita assim a pessoa a obter sorte, dinheiro, felicidade, prosperidade, saúde, tranqüilidade e paz.

Quando um ovo é quebrado em qualquer ritual, o nome das ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ é respeitosamente citado e reverenciado, porque, qualquer que seja o ovo, este lhe pertencerá, como relata vários ITAN dos Tratados de IFÁ - Corpo Literário de IFÁ

Quebrar um ovo na rua atirando ao chão pela manhã, por três ou sete dias consecutivos, chamando por ELÉGÁRA e ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ, e espargindo dendê por cima do ovo, é um simples e poderoso ritual do Culto a ÌYÁMI-ÒSÒRÓNGÁ; com a finalidade de afastar qualquer tipo de dificuldade ou prejuízo, acalmando qualquer energia desfavorável no caminho de uma pessoa.


O OVO DE PATA-PÉPÉYE

O “Ovo de pata” é o símbolo da vida e umas das proibições de Ikú.

A utilização do ovo de pata cru é essencial em certos rituais, tendo como finalidade quebrar as forças da morte, das doenças e das perdas.

Quando cozido e esfarinhado, é utilizado como agente purificador, quando é passado pelo corpo de uma pessoa em EBO de EGÚNGÚN ou ONÍLÈ.
Com casca e seco ao sol, transformado em pó, é utilizado no IGBÁ-Orí e assentamentos de ÒRÌSÀ que tenham relação com Ikú.
“Ovo de pata cru:” enfraquece a força da morte, doenças graves e perdas.
Assim, o ovo de pata pode ser utilizado nos EBO IKÚ, tirando qualquer tipo de morte, seja material, espiritual, financeira ou sentimental.


OVO DE GALINHA - ABO ADIE

Ovo de galinha cru: purifica e tranqüiliza.
Ovo de galinha cozido: tira doenças.
Ovo de galinha esfarinhado: neutraliza negatividade do ambiente, atrai prosperidade e abundância.

OVO DE CODORNA
Ovo de codorna: Neutraliza feitiços.

OVO DE GALINHA D’ ANGOLA- ETÙ
Ovo de D’ Angola: traz dinheiro, sorte, prosperidade, riqueza e sucesso nos negócios.

OVO DE POMBA-EYELÉ
Ovo de pomba: traz tranqüilidade e fertilidade.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

HUM POUCO SOBRE A RELIGIÃO






quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

SOBRE A RELIGIÃO:CÓDIGO DE ÉTICA DO CANDOMBLE.


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

VISITE O CANDOMBLÉ.

Reporter - Ivete, como você explica o fato de ser branca, ser do candomblé e ainda assim ser admirada e respeitada?
Ivete Sangalo - : Meu irmão,e não respeitariam porque? Veja bem, você já foi num terreiro? Já ouviu os tambores, já viu a
alegria daquela gente? Amo o candomblé. E de mais a mais,porque eu sou branca na pele, mas sou negra por dentro, parafraseando Verger (Pierre). Porque sou de Yansã e Xangô, porque o candomblé me trás de volta a um mundo de verdade, de gente de verdade, que ama de verdade, sorri de verdade, canta, goza e chora de verdade e mais que isso, junto dos Orixás. Nada é separado, somos todos um! Antes de mais nada, o candomblé é uma filosofia. Todos deviam ao menos conhecer e no mínimo, respeitar! - Ivete Sangalo

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

BASTA!


AXÉ MOJUBÁ


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Cultura e candomblé


domingo, 10 de fevereiro de 2013

Os Cargos Dentro do Candomblé

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Os Cargos dentro da casa de candomblé
O candomblé é uma religião que muito teve que lutar pra chegar até os dias de hoje, um dos fatores que manteve a sua sobrevivência foi a hierarquia. A hierarquia dentro de uma casa de candomblé sempre foi inquestionável e está .
Primeiro vamos ver os cargos que também designam uma hierarquia dentro de uma casa de Ketu:
1. Yalorixá/Babalorixá: Mãe ou Pai de Santo. É o posto mais elevado na tradição afro-brasileira.
2. Yaegbe/baegbeé: É a segunda pessoa do axé. Conselheira, responsável pela manutenção da Ordem, Tradição e Hierarquia.
3. Iyalaxé: Mãe do axé, a que distribui o axé.
4. Iyakekere Babakekere: Mãe / Pai pequeno do axé ou da comunidade. Sempre pronta a ajudar e ensinar a todos iniciados.
5. Ojubonã: É a mãe criadeira.
6. Iyamoro: Responsável pelo Ipadê.
7. Iyaefun / Babaefun: Responsável pela pintura branca das Iyawos.
8. Iyadagan: Auxilia a Iyamoro.
9. Iyabassê: Responsável no preparo dos alimentos sagrados.
10. Iyarubá: Carrega a esteira para o iniciando.
11. Aiyaba Ewe: Responsável em determinados atos e obrigações de "cantar folhas.
12. Aiybá: Bate o ejé nas obrigações.
13. Ològun: Cargo masculino. Despacha os Ebós das obrigações, preferencialmente os filhos de Ogun, depois Odé e Obaluwaiyê.
14. Oloya: Cargo feminino. Despacha os Ebós das obrigações, na falta de Ològun. São filhas de Oya.
15. Iyalabaké: Responsável pela alimentação do iniciado, enquanto o mesmo se encontrar recolhido.
16. Iyatojuomó: Responsável pelas crianças do Axé.
17. Babalossayn: Responsável pela colheita das folhas. Kosí Ewé, Kosí Orixá.
18. Pejigan: O responsável pelos axés da casa, do terreiro. Primeiro Ogan na hierarquia.
19. Axogun: Responsável pelos sacrifícios. Trabalha em conjunto com Iyalorixá / Babalorixá, iniciados e Ogans. Não pode errar.
20. Alagbê: Responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e preservação dos instrumentos musicais sagrados. Nos ciclos de festas é obrigado a se levantar de madrugada para que faça a alvorada. Se uma autoridade de outro Axé chegar ao terreiro, o Alagbê tem de lhe prestar as devidas homenagens.
1. Iyalorixá ou Babalorixá: A palavra iyá do yoruba significa mãe, babá significa pai.
2. Iyaquequerê (mulher): mãe pequena, segunda sacerdotisa.
3. Babaquequerê (homem): pai pequeno, segundo sacerdote.
4. Iyalaxé (mulher): cuida dos objetos ritual.
5. Agibonã: mãe criadeira supervisiona e ajuda na iniciação
6. Ebômi: Ou Egbomi são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: meu irmão mais velho).
7. Iyabassê: (mulher): responsável pela preparação das comidas de santo
8. Iaô: filho-de-santo (que já incorpora Orixás).
9. Abiã ou abian: Novato. É considerada abiã toda pessoa que entra para a religião após ter passado pelo ritual de lavagem de contas e o bori. Poderá ser iniciada ou não, vai depender do Orixá pedir a iniciação.
10. Axogun: responsável pelo sacrifício dos animais. (não entram em transe).
11. Alagbê: Responsável pelos atabaques e pelos toques. (não entram em transe).
12. Ogâ ou Ogan: Tocadores de atabaques (não entram em transe).
13. Ajoiê ou ekedi: Camareira do Orixá (não entram em transe). Na Casa Branca do Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de ekedis. No Gantois, de "Iyárobá" e na Angola, é chamada de "makota de angúzo", "ekedi" é nome de origem Jeje, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil. (em edição)
Lembro aqui que o primeiro povo a chegar no Brasil, foram os Banto (ou Bantu), o segundo Os Nago trazendo a Nação Ketu e por último os Ewe-Fon que aqui passaram a ser denominados como Djeje, hoje uma grande Nação.

A hierarquia do candomblé Jeje:
No Jeje-Mahi
1. Doté é o pai-de-santo, cargo ilustre do filho de Sogbô
2. Doné é a mãe-de-santo, cargo feminino na casa Jeje, similar à Yalorixá
Os vodun-ses da família de Dan são chamados de Megitó, enquanto que da família de Kaviuno, do sexo masculino, são chamados de Doté; e do sexo feminino, de Doné
No Jeje-Mina
1. Toivoduno
2. Noche
No Kwe Ceja Undé
• Gaiacú, cargo exclusivamente feminino
• Ekede
Os cargos de Ogan na nação Jeje são assim classificados: Pejigan que é o primeiro Ogan da casa Jeje. A palavra Pejigan quer dizer “Senhor que zela pelo altar sagrado”, porque Peji = "altar sagrado" e Gan = "senhor". O segundo é o Runtó que é o tocador do atabaque Run, porque na verdade os atabaques Run, Runpi e Lé são Jeje. No Ketu, os atabaques são chamados de Ilú. Há também outros Ogans como Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrow, Arrontodé, etc.

A hierarquia do candomblé Bantu :
Este povo chegou ao período colonial cuja economia era a cana de açúcar
Títulos Hierárquicos Bantu, Angola, Congo
• Um - Tata Nkisi - Zelador.
• Dois - Mametu Nkisi - Zeladora.
• Três - Tata Ndenge - pai pequeno.
• Quatro - Mametu Ndenge - Mãe pequena (há quem chame de Kota Tororó, mas não há nenhuma comprovação em dicionário, origem desconhecida).
• Cinco - Tata Nganga Lumbido - Ogã, guardião das chaves da casa.
• Seis - Kambondos - Ogãs.
• 7 - Kambondos Kisaba ou Tata Kisaba - Ogã responsável pelas folhas.
• Oito - Tata Kivanda - Ogã responsável pelas matanças, pelos sacrifícios animais (mesmo que axogun).
• Nove - Tata Muloji - Ogã preparador dos encantamentos com as folhas e cabaças.
• 10 - Tata Mavambu - Ogã ou filho de santo que cuida da casa de exu (de preferência homem, pois mulher não deve cuidar porque mulher menstrua e só deve mexer depois da menopausa, quando não menstrua mais, portanto, pelo certo as zeladoras devem ter um homem para cuidar desta parte, mas que seja pessoa de alta confiança).
• 11 - Mametu Mukamba - Cozinheira da casa, que por sua vez, deve de preferência ser uma senhora de idade e que não menstrue mais.
• 12 - Mametu Ndemburo - Mãe criadeira da casa (Ndemburo = runko).
• 13 - Kota ou Maganga - Em outras nações EKEJI (todos os mais velhos que já passaram dos sete anos, mesmo sem dar obrigação, ou que estão presentes na casa, também são chamados de Kota).
• 14 - Tata Nganga Muzambù - babalawo- pessoa preparada para jogar búzios.
• 15 - Kutala - Herdeiro da casa.
• 16 - Mona Nkisi - Filho de santo.
• 17 - Mona Muhatu Wá Nkisi - Filha de santo (mulher).
• 18 - Mona Diala Wá Nkisi - Filho de santo (homem).
• 19 - Tata Numbi - Não rodante que trata de babá Egun (Ojé).

Sacerdotes na África
- BANTU (ANGOLA-KONGO).
• Kubama.................. adivinhador de 1a categoria.
• Tabi.................... adivinhador de 2a categoria.
• Nganga-a-ngombo......... adivinhador de 3a categoria.
• Kimbanda................ feiticeiro ou curandeiro.
• Nganga-a-mukixi......... sacerdote no culto de possessão (Angola).
• Niganga-a-nikisi........ sacerdote do culto de possessão (Kongo).
• Mukúa-umbanda........... sacerdote do culto de possessão (Angola-Kongo).


Divisão Sacerdotais no Brasil
- (ANGOLA-KONGO)
• Mametu ria mukixi...... sacerdotisa no Angola.
• Tateto ria mukixi...... sacerdote no Angola.
• Nengua-a-nkisi.......... sacerdotisa no Kongo.
• Nganga-a-nikisi......... sacerdote no Kongo.
• Mametu ndenge.......... mãe pequena no Angola.
• Tateto ndenge.......... Pai pequeno no Angola.
• Nengua ndumba........... mãe pequena no Kongo.
• Nganga ndumba........... pai pequeno no Kongo.
• Kambundo ou Kambondo.... todos os homens confirmados.
• Kimbanda................ Feiticeiro, curandeiro.
• Kisasba................. pai das sagradas folhas.
• Tata utala.............. pai do altar.
• Kivonda................. Sacrificador de animais (Kongo).
• Kambondo poko........... sacrificador de animais (Angola).
• Kuxika ia ngombe........ Tocador (congo).
• Muxiki.................. tocador( Angola).
• Njimbidi................ cantador.
• Kambondo mabaia......... responsável pelo barracão.
Kota.................... todas as mulheres confirmadas.
• Kota mbakisi............ responsável pelas divindades.
• Hongolo matona.......... especialista nas pinturas corporais.
• Kota ambelai............ toma conta e atende aos iniciados.
• Kota kididii............ toma conta de tudo mantém a paz.
• Kota rifula............. responsável em preparar as comidas sagradas.
• Mosoioio................ as (os) mais antigas.
• Kota maganza............ titulo título alcançado após a obrigação de 21 anos.
• Maganza................. título dado aos iniciados.
• Uandumba................ designa a pessoa durante a fase iniciatória.
• Ndumbe.................. designa a pessoa não iniciada

COMPORTAMENTO DO BOM YAÔ

Candomblé

1- Não retrucar a mãe-de-santo. Você por acaso retruca seus avós?
2- Caso tenha algo para falar que não esteja concordando, discretamente peça um minuto da atenção da mãe de santo e exponha a situação civilizadamente, sem precisar que a torcida do Flamengo esteja assistindo. Dar um escândalo no meio do barracão não é postura de um filho de santo, e você ainda corre o risco de tomar um fora na frente de todo mundo
3 – Quando tiver visita no barracão (egbomis, ekedes, ogãs, zeladores), seja em dia de festa ou em dia corriqueiro, é de bom-tom que os filhos se abaixem para dirigir a palavra a mãe de santo. Detalhe: Só atrapalhar a conversa caso seja EXTREMAMENTE necessário. Deve-se chegar junto à ela, mas não muito, e ficar abaixado esperando que ele pergunte o que deseja. Quando ele perguntar, comece sempre sua frase com “AGÔ”. “Agô, mas blá blá blá…”.
4 – Nunca, jamais, em tempo ou hipótese alguma, seja no seu barracão ou no barracão do alheio, deve-se sentar na mesma altura que sua mãe de santo. Ela já passou por vários sacrifícios para estar sentado confortavelmente ali. Você ainda está no meio do caminho. Portanto, pra que querer sentar aonde você não alcança?
5 – Yawo e abian não bebe nenhum líquido em copo de vidro dentro de seu barracão ou no barracão do alheio. Deve-se esperar o bom e velho copinho de plástico ou então a conhecida DILONGA, BAN ou CANEQUINHA DE ÁGHATA, como você preferir chamar. Copo de vidro só quem tem direito é egbomi, ekedi, ogan e zelador.
6 – Yawo e abian não come em prato de vidro ou louça. Apenas em pratinho de plástico ou ághata. Aliás, devemos lembrar que é de boa educação cada filho trazer seu devido pratinho de ághata e sua devida canequinha para seu uso pessoal no barracão.
7- Terminou seu ajeum? Pegue seu pratinho e sua canequinha, vá para cozinha e lave. Não cai a mão e nem coça, sabia? Infelizmente ainda não possuímos uma empregada que possa cuidar da limpeza geral enquanto nós descansamos.
8- Como dissemos no item anterior, não temos uma empregada para limpar tudo. Portanto, cada um deve se conscientizar e fazer a sua parte. Ficar protelando, esperando que algum irmão de santo se encha da bagunça e vá arrumar por você não tem cabimento. Cada um fazendo um pouco fica mais fácil e rápido.
9- Resolveu visitar a mãe de santo? Que maravilha! Ela adorará sua visita, ainda mais se você vier com uma modesta colaboração para o ajeum, pois como é do conhecimento de todos, a mãe de santo não é rica e nem tem obrigação de alimentar todo mundo. Madre Teresa de Calcutá já morreu, e definitivamente, ela não vira na cabeça da mãe de santo.
10-Ao chegar ao barracão, o procedimento correto é: a) Tomar seu banho e ir trocar de roupa; d) Bater cabeça no axé, na porta do quarto de santo e pro pai de santo; e) Tomar a benção à TODOS os seus irmãos. Agora sim, caso não haja nada em que se possa ajudar (muito embora seja impossível, pois em uma casa de santo sempre tem algo a ser feito), você pode ir colocar seu tricô em dia
11-. Você trabalhou feito a escrava Isaura e se cansou? Acabou de fazer todo o serviço? Bem, agora você pode pegar o seu maravilhoso APOTÍ e confortavelmente sentar-se nele. Como dissemos no item 5, cadeiras, sendo com ou sem braço, só ebomis, ekedes, ogãs ou zeladores que podem sentar. Existe uma variável do APOTI¹, que é a famosa ESTEIRA. Nela você pode se sentar, se espichar e até relaxar seus ossos. Ela é sua! Aproveite!
12- Em sua casa, quando você faz uma comemoração qualquer e é servida uma refeição, você sai atacando o ajeum na frente de seus convidados? Acreditamos que não, né? Portanto, na casa de santo é igual. Antes os mais velhos devem se servir, pra só depois os abians e yawos se servirem. Isso é mais que uma regra, é etiqueta. E você não vai querer ser um deselegante, não é? Lembre-se: Estão sempre observando você…
13- Você gosta que fiquem pegando suas roupas emprestadas? Pois é, a mãe de santo também não gosta. Portanto, que tal ir comprar um belíssimo tecido de lençol e fazer uma baiana de ração básica pro dia-a-dia? Não sai caro e fica uma gracinha. E você finalmente pára de pegar a roupa do alheio emprestada. Não é maravilhoso? Todos na casa contentes e felizes com suas devidas roupas.
14- Quem traz dinheiro para o sustento da casa? Você é que não é. Portanto, trate muitos bem os clientes que vão para jogar ou se consultar, pois é deles que vem boa parte do dinheiro dali. Sorrir sempre e servir um copinho de café ou de água gelada não matam ninguém. Que tal tentar?
15- E vai rolar a festa! O povo do keto, do jeje, da angola e até da umbanda já mandou convidar. Mas, e o dinheiro para comprar o ajeum e o otí do povo? Com certeza o Carrefour não irá mandar as coisas de graça para o barracão, nem o homem dos frangos tão pouco irá dar os bichos e todo o material restante. Portanto, que tal se todos coçassem o bolso um pouco e ajudassem?
16- Você acha que só por este local ser uma casa de santo, a COPEL, LIGHT, SANEPAR,CEDAE, CEG, TELEGAS, entre outras, irão fornecer água, luz e gás de graça? É claro que não. Portanto, contribua sempre com a sua módica mensalidade. Economizar um pouco na Skol e no cigarro no final de semana já irá ajudar muito no barracão.
17- O mundo está em guerra, existe muita gente por aí passando fome. Portanto, por que desperdiçar comida? Fazer a quantidade exata só para quem trabalhou dignamente e contribuiu com este maravilhoso ajeum é o coerente, pois você não está no programa da Ana Maria Braga para comer de graça. Se você tem alguma sugestão, leve-a antes ao pai de santo. Espalhar a corrupção sobre a Terra era coisa da novela passada.
18- Ficou cansado depois da festa? Nada de ir pegando sua bolsa e ir saindo de fininho. Lembre-se da limpeza do barracão.
19- Roda de candomblé, seja em sua casa ou na casa do alheio, não é lugar de ficar de cochicho e risinhos irônicos. Se você quer fuxicar, vá para um botequim.
20- Anágua encardida, só se for depois da festa do candomblé. Antes, NUNCA, JAMAIS, NEM PENSAR! Devem ser brancas como a neve, salve anágua de ráfia ou entretela.
21- Você, irmãozinho, que vê o mundo cor de rosa-choque com bolinhas amarelas, deve deixar esta sua visão progressiva e moderna do lado de fora do barracão. Ali dentro você tem que ver tudo branco. O mesmo vale para as coleguinhas que vêem tudo azulzinho. Casa de orixá é para louvar e cuidar do Orixá, e não para arrumar casório.
22- Vai rolar um churrasquinho de gato na casa do seu coleguinha no meio da semana, no mesmo dia de função do barracão? Então, peça para ele guardar uma garrinha de carne para você e venha cumprir suas obrigações junto a seus irmãos.
23- Se sua irmã de santo tem uma baiana mais humilde do que a sua nada de ficar xoxando. Lembre-se, o mundo dá voltas e o feitiço pode virar contra o feiticeiro. Amanhã pode ser você com uma baiana de chita e ela com uma belíssima saia de rechilieu.
24- Caso assista fora do seu barracão a algo diferente do que ocorre em sua casa, nada de ficar xoxando e chamando de marmoteiro. Você não é o dono da verdade e nem ninguém o é. O que pode parecer maluquice pra você, pode não ser pro próximo. Além do mais, comentários sempre são feitos depois. Vai que tem alguém conhecido escutando?
25- Ninguém tem mais ou menos santo que ninguém. Isso é regra. Sempre.
26-Respeito é bom e conserva os dentes. Portanto, deve-se pensar duas vezes antes de envolver a mãe de santo e irmãos mais velhos em determinadas brincadeiras de mau-gosto. Apelidos e avacalhações são da porta do barracão pra fora. Além do mais, a próxima vítima pode ser você.
27- Roupa de barracão é saia comprida, camisú e pano da costa. Shortinhos e top’s devem ser usados somente pra ir ao baile funk.Roupa preta jamais nem na sua casa e nem na casa dos outros.
28- Sempre que for servir algum mais velho de santo, deve-se levar o pedido numa bandeja ou prato e abaixar-se para servir. Nunca olhar no rosto da pessoa. Responder somente “sim” ou “não
29- Benção foi feita para ser trocada. Sempre que você pede a benção, você está na realidade pedindo a bênção ao Orixá da pessoa, e não à ela própria. Portanto, todos devem trocar a benção, mais velhos com mais novos e vice-versa.
30- Nunca deve fumar na frente da sua mãe de Santo…Principalmente no barracão.
APOT͹: A casa constantemente precisa de apotís. Nos grandes supermercados vendem higiênicos banquinhos de plástico. Coopere com a casa e leve o seu.
31- No barracão o yao não deve dormir em cama.
32- Se esta frio não deixe de levar seu cobertor, em qualquer situação leve sua toalha de banho ou deixe uma no barracão, depois de usá-la estenda..Ninguém tem obrigação de ficar recolhendo roupa de filho de santo que fica jogada pelos cantos. ( pior que ficam mofando)
33- Se você levou, uma roupa emprestada, que usou para lavar.Não esqueça de devolver.
34- Não deixem roupas que emprestaram do barracão jogadas pelo chão, é muito feio. Veja de onde foi tirada e recoloque no lugar assim que se trocar.
35- Vai ter festa que bom… 15 dias antes separe sua roupa engome o que for preciso…Deixe tudo ajeitado.No barracão pode não dar tempo de arrumar, nem de engomar então mãos a obra.
36- Se vc esta no barracão, dormiu lá..Antes de dar bom dia para alguém, vai direto ao banheiro lavar sua boca, para só então dar bom dia para as pessoas.

Roberto Quintanilla "VOZES"


ORIXÁS E SUAS ERVAS

LINHA DE OXALÁ: arruda, arnica, laranja da terra (folhas), hortelã, poejo, girassol, vassoura branca, erva de Oxalá, erva cidreira, alecrim do campo, levante, alecrim miúdo, bambu (folhas), erva quaresma.

LINHA DE IBEJI: amoreira (folhas), alfazema, salsaparrilha, manjericão, ipecacuanha, anil (folhas), capim pé-de-galinha, arranha gato.
LINHA DE OXUM: abiu-abieiro, agrião do Pará - Jambuaçú, Alfavaca de Cobra, Arnica-Montana, Bananeira, Camomila-marcela, Cipó-chumbo, erva-cidreira melissa, erva de Santa-Maria, Ipê amarelo, Macaçá, Orriri-de Oxum, Vassourinha de Botão.

LINHA DE XANGÔ: limoeiro (folhas), erva lírio, café (folhas), saião (folhas), erva-de-são-joão, abre caminho, quebra mandinga, erva de Xangô, quebra-pedra, Rui Barbo, louro, aperta ruã, Maria Nera, erva Moura, Maria Preta, erva de bicho.

LINHA DE OGUM: comigo ninguém pode, espada de Ogum, oficial de sala, lança de Ogum, flecha de Ogum, cinco folhas, jurupitã (folhas), jurubeba (folhas), musgo (marinho), ipê (folhas), losna, romã (folhas), sabugueiro, erva-de-coelho.

LINHA DE OXÓSSI: picão do mato, cipó caboclo, barba de milho, mil folhas, funcho, fava de quebranto, gervão roxo, tamarindo (folhas), alecrim do mato, boldo, malvarisco, sete sangrias, unha de vaca, azedinha, chapéu de couro, grama barbante.

LINHA DE OXUMARÉ: alcaparreira-galeata, altéia-malva-risco, ingá-bravo, língua de vaca -erva de sangue.

LINHA DE OSSÃE: amendoim, celidônia-maior, coco de dendê, erva-de-santa-luzia, guabira, lágrima de nossa senhora, narciso dos jardins.

LINHA DE LOGUN EDÉ: piperegun verde e amarelo.

LINHA DE OBALUAÊ: agoniada, alamanda, alfavaca-roxa, alfazema, babosa, araticum de areia -malolô, arrebenta-cavalo, assa-peixe, musgo, canena-coirana, coentro, hortelã-brava, jenipapo.

LINHA DAS ALMAS: café (grão), guiné pipíu, arruda (folhas), cambará, sete folhas, aroeira (folhas), erva grossa, vassoura preta, cravo de defunto, mal com tudo, cipó cabeludo.

LINHA DOS EXÚS: amendoreira, amoreira, aroeira, arrebenta cavalo, arruda, avelós -Figueira do diabo, azevinho, bardana, beladona, brinco-de-princesa, cabeça-de nego, cajueiro, cana-de-açúcar, catingueira, cebola-cancén, cunanã, figo do inferno, Laranjeira do mato, mamão bravo, mamona, tiririca e etc.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

REALMENTE O QUE E CANDOMBLÉ



Candomblé
Candomblé é uma religião derivada do animismo africano[1] onde se cultuam os orixás, Voduns, Nkisis dependendo da nação. Sendo de origem totêmica e familiar, é uma das religiões afro-brasileiras praticadas principalmente no Brasil, pelo chamado povo do santo, mas também em outros países como Uruguai, Argentina, Venezuela, Colômbia, Panamá, México, Alemanha, Itália, Portugal e Espanha.
Cada nação africana tem como base o culto a um único orixá. A junção dos cultos é um fenômeno brasileiro em decorrência da importação de escravos onde, agrupados nas senzalas nomeavam um zelador de santo também conhecido como babalorixá no caso dos homens e iyalorixá no caso das mulheres.
A religião que tem por base a anima (alma) da Natureza, sendo portanto chamada de anímica, foi desenvolvida no Brasil com o conhecimento dos sacerdotes africanos que foram escravizados e trazidos da África, juntamente com seus Orixás/Nkisis/Voduns, sua cultura, e seus idiomas, entre 1549 e 1888.
Diz Clarival do Prado Valladares em seu artigo «A Iconologia Africana no Brasil», na Revista Brasileira de Cultura (MEC e Conselho Federal de Cultura), ano I, Julho-Setembro 1999, p. 37, que o «surgimento dos candomblés com posse de terra na periferia das cidades e com agremiação de crentes e prática de calendário verifica-se incidentalmente em documentos e crônicas a partir do século XVIII». O autor considera difícil para «qualquer historiador descobrir documentos do período anterior diretamente relacionados à prática permitida, ou subreptícia, de rituais africanos». O documento mais remoto, segundo ele, seria de autoria de D. Frei Antônio de Guadalupe, Bispo visitador de Minas Gerais em 1726, divulgado nos «Mandamentos ou Capítulos da visita».
Embora confinado originalmente à população de negros escravizados, inicialmente nas senzalas, quilombos e terreiros, proibido pela igreja católica, e criminalizado mesmo por alguns governos, o candomblé prosperou nos quatro séculos, e expandiu consideravelmente desde o fim da escravatura em 1888. Estabeleceu-se com seguidores de várias classes sociais e dezenas de milhares de templos. Em levantamentos recentes, aproximadamente 3 milhões de brasileiros (1,5% da população total) declararam o candomblé como sua religião.[2] Na cidade de Salvador existem 2.230 terreiros registrados na Federação Baiana de Cultos Afro-brasileiros e catalogados pelo Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA, (Universidade Federal da Bahia) Mapeamento dos Terreiros de Candomblé de Salvador.
Entretanto, na cultura brasileira as religiões não são vistas como mutuamente exclusivas, e muitas pessoas de outras crenças religiosas — até 70 milhões, de acordo com algumas organizações culturais Afro-Brasileiras — participam em rituais do candomblé, regularmente ou ocasionalmente.[3] Orixás do Candomblé, os rituais, e as festas são agora uma parte integrante da cultura e uma parte do folclore brasileiro.
O Candomblé não deve ser confundido com Umbanda, Macumba e/ou Omoloko, outras religiões afro-brasileiras com similar origem; e com religiões afro-americanas similares em outros países do Novo Mundo, como o Vodou haitiano, a Santeria cubana, e o Obeah, em Trinidade e Tobago, os Shangos (similar ao Tchamba[4][5] africano, Xambá e ao Xangô do Nordeste do Brasil) o Ourisha, de origem yoruba, os quais foram desenvolvidas independentemente do Candomblé e são virtualmente desconhecidos no Brasil.
Nações

Barracão de Candomblé em Pernambuco - Foto Clodomir Oshagyian - Recife - Pernambuco.
Os negros escravizados no Brasil pertenciam a diversos grupos étnicos, incluindo os yoruba, os ewe, os fon, e os bantu. Como a religião se tornou semi-independente em regiões diferentes do país, entre grupos étnicos diferentes evoluíram diversas "divisões" ou nações, que se distinguem entre si principalmente pelo conjunto de divindades veneradas, o atabaque (música) e a língua sagrada usada nos rituais.
A lista seguinte é uma classificação pouco rigorosa das principais nações e sub-nações, de suas regiões de origem, e de suas línguas sagradas:
Crenças

Adeptos do Candomblé
(foto: Elza Fiúza/ABr).
Candomblé é uma religião "monoteísta",[8][9] embora alguns defendam a ideia que são cultuados vários deuses, o deus único para a Nação Ketu[10] é Olorum, para a Nação Bantu[11] é Nzambi e para a Nação Jeje é Mawu, são nações independentes na prática diária e em virtude do sincretismo existente no Brasil a maioria dos participantes consideram como sendo o mesmo Deus da Igreja Católica.
Os Orixás/Inquices/Voduns recebem homenagens regulares, com oferendas de animais, vegetais e minerais, cânticos, danças e roupas especiais. Mesmo quando há na mitologia referência a uma divindade criadora, essa divindade tem muita importância no dia-a-dia dos membros do terreiro, mas não são cultuados em templo exclusivo, é louvado em todos os preceitos e muitas vezes é confundido com o Deus cristão.
O Candomblé cultua, entre todas as nações, umas cinquenta das centenas deidades ainda cultuadas na África. Mas, na maioria dos terreiros das grandes cidades, são doze as mais cultuadas. O que acontece é que algumas divindades têm "qualidades", que podem ser cultuadas como um diferente Orixá/Inquice/Vodun em um ou outro terreiro. Então, a lista de divindades das diferentes nações é grande, e muitos Orixás do Ketu podem ser "identificados" com os Voduns do Jejé e Inquices dos Bantu em suas características, mas na realidade não são os mesmos; seus cultos, rituais e toques são totalmente diferentes.
Orixás têm individuais personalidades, habilidades e preferências rituais, e são conectados ao fenômeno natural específico (um conceito não muito diferente do Kami do japonês Xintoísmo). Toda pessoa é escolhida no nascimento por um ou vários "patronos" Orixás, que um babalorixá identificará. Alguns Orixás são "incorporados" por pessoas iniciadas durante o ritual do candomblé, outros Orixás não, apenas são cultuados em árvores pela coletividade. Alguns Orixás chamados Funfun (branco), que fizeram parte da criação do mundo, também não são incorporados.
Acreditam na vida após a morte, e que os espíritos dos babalorixás falecidos possam materializar-se em roupas específicas, são chamados de babá Egum ou Egungun e são cultuados em roças dirigidas só por homens no Culto aos Egungun, os espíritos das iyalorixás falecidas são cultuados coletivamente Iyami-Ajé nas sociedades secretas Gelede, ambos cultos são feitos em casas independentes das de candomblé que também se cultuam os eguns em casas separadas dos Orixás.
Acreditam que algumas crianças nascem com a predestinação de morrer cedo são os chamados abikus (nascidos para morrer) que podem ser de dois tipos, os que morrem logo ao nascer ou ainda criança e os que morrem antes dos pais em datas comemorativas, como aniversário, casamento, e outras.
Sincretismo
No tempo das senzalas os negros para poderem cultuar seus orixás, nkisis e voduns usaram como camuflagem um altar com imagens de santos católicos e por baixo os assentamentos escondidos, segundo alguns pesquisadores este sincretismo já havia começado na África, induzida pelos próprios missionários para facilitar a conversão.
Depois da libertação dos escravos começaram a surgir as primeiras casas de candomblé, e é fato que o candomblé de séculos tenha incorporado muitos elementos do cristianismo. Imagens e crucifixos eram exibidos nos templos, orixás eram frequentemente identificados com santos católicos, algumas casas de candomblé também incorporam entidades caboclos, que eram consideradas pagãs como os orixás.
Mesmo usando imagens e crucifixos inspiravam perseguições por autoridades e pela Igreja, que viam o candomblé como paganismo e bruxaria, muitos mesmo não sabendo o que era isso.
Nos últimos anos, tem aumentado um movimento em algumas casas de candomblé que rejeitam o sincretismo aos elementos cristãos e procuram recriar um candomblé "mais puro" baseado exclusivamente nos elementos africanos.[15]
Templos

Ilê Axé Opó Afonjá.
Os Templos de candomblé são chamados de casas, roças ou Terreiros.
As casas podem ser de linhagem matriarcal, patriarcal ou mista:
  • Casas pequenas, que são independentes, possuídas e administradas pelo babalorixá ou iyalorixá dono da casa e pelo Orixá principal respectivamente. Em caso de falecimento do dono, a sucessão na maioria das vezes é feita por parentes consanguineos, caso não tenha um sucessor interessado em continuar a casa é desativada. Não há nenhuma administração central.
  • Casas grandes, que são organizadas tem uma hierarquia rígida, não é de propriedade do sacerdote, nem toda casa grande é tradicional, é uma Sociedade Civil ou Beneficente.
A lei federal nº. 6.292 de 15 de dezembro de 1975 protege os terreiros de candomblé no Brasil, contra qualquer tipo de alteração de sua formação material ou imaterial. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o Instituto Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) são os responsáveis pelo tombamento das casas.
A progressão na hierarquia é condicionada ao aprendizado e ao desempenho dos rituais longos da iniciação. Em caso de morte de uma iyalorixá, a sucessora é escolhida, geralmente entre suas filhas, na maioria das vezes por meio de um jogo divinatório Opele-Ifa ou jogo de búzios. Entretanto a sucessão pode ser disputada ou pode não encontrar um sucessor, e conduz frequentemente a rachar ou ao fechamento da casa. Há somente três ou quatro casas em Brasil que viram seu 100° aniversário.
Hierarquia
Ver página anexa: Hierarquia do candomblé
No Brasil, existe uma divisão nos cultos: Ifá, Egungun, Orixá, Vodun e Nkisi, são separados por tipo de iniciação ao sacerdócio.
  • Culto de Ifá participam tanto homens quanto mulheres, sendo um Culto patriarcal conduzido pelos Babalawos.
  • Culto aos Egungun participam tanto homens quanto mulheres, sendo Culto patriarcal que lida diretamente com a ancestralidade, conduzidos pelos Ojés.
  • Candomblé Ketu participam tanto homens quanto mulheres, sendo conduzido tanto por homens (Babalorixás) quanto por mulheres (Iyalorixás), entram em transe com Orixá.
  • Candomblé Jeje participam tanto homens quanto mulheres, sendo conduzido tanto por homens quanto por mulheres Vodunsis, entram em transe com Vodun.
  • Candomblé Bantu participam tanto homens quanto mulheres, sendo conduzido tanto por homens quanto por mulheres inicia Muzenzas, entram em transe com Nkisi.
Sacerdócio
Nas religiões Afro-brasileiras o sacerdócio é dividido em:
Livros