domingo, 7 de abril de 2013

ORIXÁS



OXUM
Orixá das águas doces, cachoeiras, grotas, seixos, fontes e rios.
Deusa do Rio Dourado de Osogbô,de onde deriva seu nome,este rio está localizado na região da Nigéria.
Dona de uma beleza única, vaidosa e amorosa, em seu Abêbé reflete o ouro do sol e a prata da lua e das estrelas faz seus adornos. Ela é tão delicada como o fluxo de um riacho entre as pedras, mas tão poderosa como a cachoeira.
Oxum é o amor, a grandeza espiritual e material, Mãe da criação, Yabá da feminilidade.
Senhora do Ouro trabalha as águas gerando riquezas e fartura.
Suas águas purificadoras banham e alimentam toda a natureza, fazendo com que o verde germine, e alimente todos os seres. Sem ela (água) não há vida.
Texto: Palácio da Mamãe Oxum

EXÚ
A palavra “Exú” significa em Ioruba, “esfera”, aquilo que é infinito que não tem começo nem fim. Exu é o principio de tudo, a força da criação, o nascimento, o equilíbrio negativo do Universo, o que não quer dizer coisa ruim. Exú é a célula mater da geração da vida o que gera o infinito infinita vezes.
É considerado o primeiro, o primogênito; responsável e grande mestre dos caminhos o que permite a passagem o início de tudo. Exu é a força natural viva que fomenta o crescimento. É o primeiro passo em tudo. É o gerador do que existe do que existiu e do que ainda vai existir. Exú está presente, mais que em tudo e todos, na concepção global da existência. É a capacidade dinâmica de tudo que tem vida. Principalmente dos seres humanos que carregam em seu plexo o elemento dinâmico denominado Exú.
É aquilo que no Candomblé chamamos de Bára, ou seja, “no corpo” preso a ele. É o que nos dá capacidade de agir, andar, refletir, idealizar. Sem o elemento Bára a vida sadia é impossível. Sem ele o homem seria excepcional, retardado, impossível de coordenar e determinar suas próprias atitudes e caminhos de vida.
Realmente Exú está presente em tudo. E damos como exemplo inicial a concepção da geração da vida. E quando a primeira célula da vida está formada, a presença de Exú se faz necessária. Já na multiplicação da célula, a regência passa por Oxum que vai reger o feto até o nascimento.
Exú também está presente no calor, no fogo, na quentura. Presente se faz nos lugares poucos arejados, nos lugares onde existem multidões, nos ambientes fechados e cheios.
Exú está na alteração do ânimo, na discussão, na divergência, no nervosismo. Está presente no medo, no pavor, na falta de controle do ser humano. Também está perto na gargalhada, no riso farto, na alegria incontida. Para nós brasileiros, amantes do futebol, Exú está presente no grito de “gol”, que soltamos de forma feliz e nervosa. É o desprendimento do nervosismo contido no peito. Exú é a velocidade a rapidez do deslocamento. É a bagunça generalizada e o silêncio completo. Diz-se que Exú é a contradição. É o sim e o não; o ser e o não ser. Exú é a confusão de idéias que temos. É a invenção, descoberta. Exú é o namoro, é o desejo, é o sentimento de paixão desenfreada e é também o desprezo. Exú é a voz, o grito, a comunicação. É a indignação e a resignação. É a confusão dos conceitos básicos. Aquele que ajuda, dá caminhos, soluciona. É aquele que traz dor e a felicidade. Para se ter uma noção do comportamento e da regência paradoxal de Exú cita um de seus Orikis (versos sarados), que diz;
“Exu matou um pássaro ontem, com a pedra que jogou hoje”
“ Xonxô obé, odara kolori erú”
Exu é tudo isso e mais. Fogo é o seu elemento, mas a Terra e o Ar são bem conhecidos de Exú. É a presença constante!
http://dofonodelogum.sites.uol.com.br/exu.html





OXALÁ
"O Grande Orixá" ou "O Rei do Pano Branco". Foi o primeiro a ser criado por Olorum o Deus supremo. Tinha um caráter bastante obstinado e independente.
Oxalá foi encarregado por Olorum de criar o mundo com o poder de sugerir (àbà) e o de realizar (àse). Para cumprir sua missão antes da partida Olorum entregou-lhe o "saco da criação". O poder que lhe fora confiado não o dispensava, entretanto de submeter-se a certas regras e de respeitar diversas obrigações como os outros orixás. Uma história de Ifá nos conta como. Em razão de seu caráter altivo, ele se recusou fazer alguns sacrifícios e oferendas a Exú, antes de iniciar sua viagem para criar o mundo.
Oxalá pôs-se a caminho apoiado num grande cajado de estanho, seu “Òpá osorò ou Paxorô, cajado para fazer cerimônias. No momento de ultrapassar a porta do Além encontrou Exé, que, entre as suas múltiplas obrigações tinha a de fiscalizar as comunicações entre os dois mundos. Exé descontente com a recusa do Grande Orixá em fazer as oferendas prescritas, vingou-se o fazendo sentir uma sede intensa. Oxalá para matar sua sede não teve outro recurso senão o de furar com seu Paxorô, a casca do tronco de um dendezeiro. Um líquido refrescante dele escorreu era o vinho de palma. Ele bebeu-o ávida e abundantemente. Ficou bêbado e não sabia mais onde estava e caiu adormecido. Veio então Odudua, criado por Olorum depois de Oxalá e o maior rival deste. Vendo o Grande Orixá adormecido, roubou-lhe o "saco da criação", dirigiu-se à presença de Olorum para mostrar-lhe o seu achado e lhe contar em que estado se encontrava Oxalá. Olorum exclamou: "Se ele está neste estado, vá você, Odudua! Vá criar o mundo!" Odudua saiu assim do Além e encontrou diante de uma extensão ilimitada de água.
Deixou cair a substância marrom contida no "saco da criação" era terra. Formou-se então, um montículo que ultrapassou a superfície das águas. Aí ele colocou uma galinha cujos pés tinham cinco garras. Esta começou a arranhar e a espalhar a terra sobre a superfície das águas.
Onde ciscava cobria as águas e a terra ia se alargando cada vez mais, o que em Iorubá se diz ilè nfè expressão que deu origem ao nome da cidade de Ilê Ifé. Odudua aí se estabeleceu seguido pelos outros Orixás e tornou-se assim o rei da terra.
Quando Oxalá acordou não mais encontrou ao seu lado o "saco da criação". Despeitado, voltou a Olorum. Este como castigo pela sua embriaguez proibiu ao Grande Orixá assim como aos outros de sua família, os Orixás funfun ou "Orixás brancos" beber vinho de palma e mesmo usar azeite-de-dendê. Confiou-lhe, entretanto, como consolo, a tarefa de modelar no barro o corpo dos seres humanos, aos quais ele Olorum insuflaria a vida.
Por essa razão Oxalá também é chamado de Alamorere o "proprietário da boa argila".
Pôs-se a modelar o corpo dos homens, mas não levava muito a sério a proibição de beber vinho de palma e, nos dias em que se excedia os homens saiam de suas mãos contrafeitas, deformadas, capengas, corcundas. Alguns retirados do forno antes da hora, saíam mal cozidos e suas cores tornavam-se tristemente pálidas: eram os albinos. Todas as pessoas que entram nessas tristes categorias são-lhe consagradas e tornam-se adoradoras de Oxalá.
Como Oxalá se Tornou o Pai da Criação
Iemanjá, a filha de olokum foi escolhida por olorum para ser a mãe dos Orixás. Como ela era muito bonita todos a queriam para esposa então o pai foi perguntar a orumilá com quem ela deveria casar, orumilá mandou que ele entregasse um cajado de madeira a cada pretendente depois eles deveriam passar a noite dormindo sobre uma pedra segurando o cajado para que ninguém pudesse pegá-lo na manhã seguinte, o homem cujo cajado estivesse florido seria o escolhido por orumilá para marido de iemanjá. Os candidatos assim fizeram no dia seguinte o cajado de Oxalá estava coberto de flores brancas, e assim ele se tornou pai dos Orixás.
Certa vez quando os Orixás estavam reunidos Oxalá deu um tapa em Exú e o jogou no chão todo machucado,mas no mesmo instante Exú se levantou já curado. Então Oxalá bateu em sua cabeça e Exú ficou anão, mas se sacudiu e voltou ao normal. Depois oxalá sacudiu a cabeça de Exú e ela ficou enorme; mas Exú esfregou a cabeça com as mãos e ela ficou normal. A luta continuou até que Exú tirou da própria cabeça uma cabacinha dela saiu uma fumaça branca que tirou as cores de Oxalá. Oxalá se esfregou como Exú fizera, mas não voltou ao normal então tirou da cabeça o próprio axé e soprou-o sobre Exú, que ficou dócil e lhe entregou a cabaça, que Oxalá usa para fazer os brancos.
Fonte: www.casaiemanjaiassoba.com.br/img/oxala1.jpg

OXALUFAN
Oxalá, Orixalá ou Oxalufan é a primeira forma de Orixá que foi criada por Olorun, no início dos tempos, sendo associado ao ar que existia antes da criação da Terra, e também à água do início da existência. Oxalufan está ligado à cor branca ou incolor sendo o primeiro na hierarquia dos fun-fun (os que vestem brancos).
Detém o axé da criação de todos os seres da Terra, representando a fertilidade masculina.
Está ligado à gênese do universo e foi o primeiro orixá criado por Olorun. Representa a maturidade, a sabedoria e o equilíbrio. Veste-se inteiramente de branco sendo responsável pela manutenção da paz e da tranqüilidade entre os seres criados. Na mitologia africana é considerado o pai de todos os Orixás e de todos os seres vivos sendo por esse motivo constantemente reverenciado em festas públicas e diversos rituais.
Está sempre presente nas antigas lendas, representando a figura veneranda de um pai. Sua posição é muito destacada, tendo o respeito de todos os Orixás que se curvam à sua presença.
Oxalufan com seu cajado ou Opaxorô separou a Terra e o Céu que no início dos tempos estavam no mesmo nível de existência. Os três pratos que fazem parte do cajado simbolizam a sua supremacia sobre os mundos dos seres humanos, dos eguns (paralelo) e dos Orixás. O pássaro, que está pousado na ponta do Opaxorô é um mensageiro que faz a ligação entre esses mundos. Com esses pratos Oxalá carrega e distribui o alimento sagrado para todos os seres humanos e encantados. Os pingentes que estão presos a eles, simbolizam os presentes que lhe eram ofertados nos diferentes lugares por onde passou em suas caminhadas pelo mundo. Esse Orixá assim como Nanã é bem-vindo em todos os reinados. O raciocínio é a grande contribuição desse Orixá para os seres humanos diferenciando-o assim dos animais. Todos os Orixás que vestem branco, ou fun-funs (mesmo Ogun ou Oyá), herdaram esse dom de Oxalá de uma forma mais intensa e o transferiram para seus filhos na Terra que por esse motivo, possuirão um pensamento engendrado e a constante reflexão sobre todos os aspectos da sua existência. O alá é um outro símbolo de Oxalufan, que consiste num pano branco usado para protegê-lo do calor bem como abrigar sob sua proteção, todos os seres criados. Serve também para representar a separação entre a Terra e o Céu.
Muitas vezes esse Orixá é apresentado como um velho todo curvado e retorcido precisando ser amparado por ekédes e ogans por não poder andar. O fato de Oxalufan ser o Orixá mais antigo não justifica essa postura, pois a idade cronológica.
Se consultarmos a mitologia africana, veremos que Oxalá empreendeu grandes caminhadas pelo mundo e, como soberano que era não se curvava a ninguém (com raras exceções, como foi mostrado na lenda de Oxun).
As pessoas que nascem com defeitos físicos e mentais, ou os adquirem antes dos nove anos, serão protegidos por Oxalá, pois houve algum erro na formação desses seres.
Podemos pedir a misericórdia desse Orixá nos casos acima e para salvar pessoas com doenças graves e casos terminais.
A teimosia e obstinação são a marca de Oxalufan o que lhe traz a possibilidade de grandes feitos ou muitos dissabores.
Fonte:www.fietreca.org.br/oxalufan.JPG


OXAGUIAN
Este Orixá também carrega as cores azuis e vermelhas além do branco. Isso se deve ao fato de possuir uma grande ligação com o Orixá Ogun. Todo iniciado na cultura desse Orixá, além do seu assentamento deve ter também um assentamento para Ogun.
Oxanguian é o único Orixá fun-fun que guerreia usando para isso uma espada e um escudo que recebeu de Ogun. Além do raciocínio esse Orixá usa o artifício da guerra em determinados momentos. Essa guerra não deve ser interpretada ao pé da letra, mas sim num sentido mais abrangente como, por exemplo, na luta pela sobrevivência.
Foi um grande estrategista não entrando numa guerra sem antes pensar muito bem nos prós e nos contras a fim de não pôr em risco seus exércitos. Evitava ao máximo o confronto tentando sempre resolver os problemas de outra maneira, mas se os argumentos não adiantavam entrava na guerra lutando até o final custasse o que custasse. Para ele era tudo ou nada.
Este Orixá também carrega as cores azuis e vermelhas além do branco. Isso se deve ao fato de possuir uma grande ligação com o orixá Ogun. Todo iniciado na cultura desse Orixá além do seu assentamento deve ter também um assentamento para Ogun.
Oxanguian é o único Orixá fun-fun que guerreia usando para isso uma espada e um escudo que recebeu de Ogun. Além do raciocínio esse Orixá usa o artifício da guerra em determinados momentos. Essa guerra não deve ser interpretada ao pé da letra, mas sim num sentido mais abrangente como por exemplo na luta pela sobrevivência.
Foi um grande estrategista não entrando numa guerra sem antes pensar muito bem nos prós e nos contras a fim de não pôr em risco seus exércitos. Evitava ao máximo o confronto tentando sempre resolver os problemas de outra maneira, mas se os argumentos não adiantavam entrava na guerra lutando até o final custasse o que custasse. Para ele era tudo ou nada.
Um símbolo característico da indumentária desse orixá é o pilão, com o qual amassa o inhame, sua comida preferida. Existem algumas festividades que homenageiam essa qualidade de Orixá dentro do ciclo das águas de Oxalá, com o nome de Pilão de Oxanguian. É o Orixá da fartura, da riqueza e do raciocínio pleno. Assim como os outros Orixás fun-fun, seus elementos são a água e a terra e seu metal é a prata.

Fonte: www.fietreca.org.br/oxaguian.JPG

XANGÔ
Deus do Raio e do trovão da justiça e do fogo é um Orixá guerreiro e temido, porém justiceiro. XANGÔ castiga os mentirosos e os falsos. Seu símbolo principal é o machado de dois gumes e a balança, símbolo da justiça. Tudo que se refere a estudos, a justiça, demandas judiciais, ao direito, contratos, pertencem a Xangô. Ambicioso gosta do poder. Nem seria preciso falar do poder de Xangô, porque o poder é a sua síntese. Xangô nasce do poder e morre em nome do poder. Xangô é o Orixá que Rei absoluto, forte, imbatível: um déspota. O prazer de Xangô é o poder Xangô manda nos poderosos, manda no seu reino e nos reinos vizinhos, Xangô é rei entre todos os reis. Não existe uma hierarquia entre os Orixás, nenhum possui mais axé que outro, apenas Oxalá, que representa o patriarca da religião e é o Orixá mais velho goza de certa primazia. Contudo se preciso fosse escolher um Orixá todo-poderoso quem senão Xangô para assumir esse papel? Xangô gosta dos desafios que não raras vezes aparecem nas saudações que lhe fazem os seus devotos. Percebe-se que a imagem de poder está sempre associada a Xangô. O poder real, o poder dos Iorubas a cidade mais importante da Nigéria. Xangô foi o grande representante do poder porque soube inspirar credibilidade aos seus súbditos, tomou as decisões mais acertadas e sábias e, sobretudo, demonstrou a sua capacidade para o comando, persuadindo todos, especialmente com o seu sentido de justiça muito apurado. No caso de Xangô a sua retidão e honestidade superam o seu caráter arbitrário as suas medidas embora impostas sejam sempre justas e por isso ele é acima de tudo um rei amado. Xangô expressa a autoridade dos grandes governantes, mas também detém o poder mágico, já que domina o mais perigoso de todos os elementos da natureza: o fogo. O poder mágico de Xangô reside no raio, no fogo que corta o céu, que destrói na Terra, mas que transforma que protege que ilumina o caminho. Xangô sempre foi um homem bonito e extremamente vaidoso, por isso conquistou todas as mulheres que quis, e, afinal, o que seria um ‘olhar de fogo’ senão um olhar de desejo ardente? Quem resiste ao olhar de flerte de Xangô?
Xangô é o amante irresistível e por isso, disputado por muitas mulheres. Xangô decide não só sobre a vida de todos como sobre sua morte e só ele tem o direito de decidir.
Fonte: www.guardiadeorixa.com/xango.htm


IEMANJÁ
Rainha do mar Iemanjá é a grande mãe do panteão Umbandista, a palavra Iemanjá vem de yeyé omo ejá, que significa mãe cujos filhos são peixes. Diz a lenda que o mar é salgado pelas lágrimas que Iemanjá verteu por seus filhos que partiram. Acredita-se que o culto a Iemanjá surgiu entre os egbá, um dos povos ioruba. Para eles Iemanjá era a Orixá do rio Ogum que corre pela atual Nigéria. No entanto, há outros mitos africanos que falam de Iemanjá o que dificulta a definição precisa da mitologia desse Orixá. Pode-se dizer que a existência de mitos variados no oeste africano envolvendo Iemanjá são um indicativo da importância desse Orixá na religiosidade Ioruba. Para alguns ela é filha de Olokum o senhor do mar para outros é filha de Obatalá com Oduduá. Uma das lendas diz que Iemanjá foi esposa de Orunmilá e depois, de Olofin, rei de Ifé. Iemanjá foi mãe de muitos filhos entre eles Oxóssi, Ogum e Xangô.
Houve uma transformação na mitologia de Iemanjá quando esse Orixá passou a ser cultuada no Brasil. Na África ela era Orixá da água doce e no Brasil está fortemente ligada ao mar. Provavelmente, isso se deve ao processo histórico em que os negros foram trazidos de suas terras na África para servir como escravos no Brasil em cidades litorâneas. Iemanjá é a mãe zelosa que cuida de seus filhos com afeto e autoridade. Está sempre de braços abertos para acolhê-los. Iemanjá lembra a mulher madura, mas vigorosa, que exerce grande influência no lar. Ao mesmo tempo Iemanjá no Brasil está fortemente ligada à proteção das pessoas ligadas ao mar. Ela protege pescadores e navegantes. No Brasil há inúmeras celebrações a Iemanjá em cidades litorâneas. Essas festividades repercutem na sociedade tornando Iemanjá a Orixá mais conhecida entre a população não adepta. Da mesma forma que Oxum, Iemanjá está ligada à maternidade. Oxum, porém, é arquétipo da mãe jovem e sua ligação é com a gravidez, a lactação e com as crianças pequenas. Já Iemanjá se associa mais à imagem da mãe de filhos criados. Iemanjá é vaidosa gosta da cor do azul do mar, de roupas bonitas e vistosas, de jóias caras, de respeito e consideração.
Fonte: naturamistica.com.br/index.php/.../46-iemanja

OGUM
Ogum como personagem histórico teria sido o filho mais velho de Odùduà o fundador de Ifé. Era um temível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas expedições ele trazia sempre um rico espólio e numerosos escravos. Guerreou contra a cidade de Ará e a destruiu. Saqueou e devastou muitos outros Estados e apossou-se da cidade de Irê matou o rei aí instalou seu próprio filho no trono e regressou glorioso usando ele mesmo o título de Oníìré "Rei de Irê". Por razões que ignoramos Ogum nunca teve o direito a usar uma coroa (adé), feita com pequenas contas de vidro e ornada por franjas de miçangas, dissimulando o rosto emblema de realeza para os Iorubás. Foi autorizado a usar apenas um simples diadema chamado àkòró, e isso lhe valeu ser saudado até hoje sob os nomes de Ògún Oníìré e Ògún Aláàkòró inclusive no Novo Mundo tanto no Brasil como em Cuba pelos descendentes dos Iorubás trazidos para esses lugares. Ogum teria sido o mais enérgico dos filhos de Odùduà e foi ele que se tornou o regente do reino de Ifé quando Odùduà ficou temporariamente cego (informação pessoal do Óòni(rei) de Ifé em 1949). Ogum decidiu depois de numerosos anos ausente de Irê, voltar para visitar seu filho.
Infelizmente as pessoas da cidade celebravam no dia da sua chegada uma cerimônia em que os participantes não podiam falar sob nenhum pretexto. Ogum tinha fome e sede viu vários potes de vinho de palma, mas ignorava que estivessem vazios. Ninguém o havia saudado ou respondido às suas perguntas. Ele não era reconhecido no local por ter ficado ausente durante muito tempo. Ogum cuja paciência é pequena enfureceu-se com o silêncio geral, por ele considerado ofensivo. Começou a quebrar com golpes de sabre os potes e, logo depois sem poder se conter passou a cortar as cabeças das pessoas mais próximas até que seu filho apareceu, oferecendo-lhe as suas comidas prediletas como cães e caramujos, feijão regado com azeite-de-dendê e potes de vinho de palma.
Enquanto saciava a sua fome e a sua sede, os habitantes de Irê cantavam louvores onde não faltava a menção a Ògúnjajá, que vem da frase Ògún je ajá (Ogum come cachorro), o que lhe valeu o nome de Ògúnjá. Satisfeito e acalmado, Ogum lamentou seus atos de violência e declarou que já vivera bastante. Baixou a ponta de seu sabre em direção ao chão e desapareceu pela terra adentro com uma barulheira assustadora. Antes de desaparecer, entretanto, ele pronunciou algumas palavras. A essas palavras, ditas durante uma batalha, Ogum aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou. Porém, elas não podem ser usadas em outras circunstâncias, pois, se não encontrar inimigos diante de si, é sobre o imprudente que Ogum se lançará.
Como Orixá Ogum é o deus do ferro, dos ferreiros e de todos aqueles que utilizam esse metal: agricultores, caçadores, açougueiros, barbeiros, marceneiros, carpinteiros, escultores. Desde o início do século, os mecânicos, os condutores de automóveis ou de trens, os reparadores de velocípedes e de máquinas de costura vieram juntar-se ao grupo de seus fiéis. Ogum é único, mas, em Irê diz-se que ele é composto de sete partes. Ogum méjeje lóòde Iré, frase que faz alusão às sete aldeias, hoje desaparecidas, que existiriam em volta de Irê. O número 7 é, pois, associado a Ogum e ele é representado nos lugares que lhe são consagrados, por instrumentos de ferro, em número de sete, catorze ou vinte e um, pendurados numa haste horizontal, também de ferro: lança, espada, enxada, torquês, facão, ponta de flexa e enxó, símbolos de suas atividades
Fonte: www.mulhernatural.hpg.ig.com.br/trablux/ogum.htm

NANÃ BURUKÊ
Nanã é a mais velha divindade do panteão associada às águas paradas, à lama dos pântanos, ao lodo do fundo dos rios e dos mares. O único Orixá que não reconheceu a soberania de Ogum por ser o dono dos metais. É tanto reverenciada como sendo a divindade da vida, como da morte. Seu símbolo é o Íbíri - um feixe de ramos de folha de palmeira com a ponta curvada e enfeitado com búzios. Nana é a chuva e a garoa. O banho de chuva é uma lavagem do corpo no seu elemento, uma limpeza de grande força, uma homenagem a este grande Orixá. Nanã Buruquê representa a junção daquilo que foi criado por Deus. Ela é o ponto de contato da terra com as águas, a separação entre o que já existia, a água da terra por mando de Deus, sendo, portanto também sua criação simultânea a da criação do mundo.
Com a junção da água e a terra surgiu o Barro.
O Barro com o Sopro Divino representa Movimento.
O Movimento adquire Estrutura.
Movimento e Estrutura surgiram à criação; o Homem.
Portanto, para alguns Nanã é a Divindade Suprema que junto com Zambi fez parte da criação, sendo ela responsável pelo elemento Barro, que deu forma ao primeiro homem e de todos os seres viventes da terra e da continuação da existência humana e também da morte passando por uma transmutação para que se transforme continuamente e nada se perca. Orixá que também rege a Justiça, Nanã não tolera traição, indiscrição, nem roubo. Por ser Orixá muito discreto e gostar de se esconder suas filhas podem ter um caráter completamente diferente do dela. Por exemplo, ninguém desconfiará que uma dengosa e vaidosa aparente filha de Oxum seria uma filha de Nanã “escondida”. Nanã faz o caminho inverso da mãe da água doce. É ela quem reconduz ao terreno do astral, as almas dos que Oxum colocou no mundo real. É a deusa do reino da morte, sua guardiã quem possibilita o acesso a esse território do desconhecido. A senhora do reino da morte é, como elemento a terra fofa, que recebe os cadáveres, os acalenta e esquenta, numa repetição do ventre, da vida intra-uterina. É, por isso, cercada de muitos mistérios no culto e tratada pelos praticantes da Umbanda e do Candomblé com menos familiaridade que os Orixás mais extrovertidos como Ogum e Xangô por exemplo. Muitos são, portanto os mistérios que Nanã esconde, pois nela entram os mortos e através dela são modificados para poderem nascer novamente. Só através da morte é que poderá acontecer para cada um a nova encarnação, para novo nascimento a vivência de um novo destino e a responsável por esse período é justamente Nanã. Ela é considerada pelas comunidades da Umbanda e do Candomblé como uma figura austera, justiceira e absolutamente incapaz de uma brincadeira ou então de alguma forma de explosão emocional. Por isso está sempre presente como testemunha fidedigna das lendas. Jurar por Nanã, por parte de alguém do culto implica um compromisso muito sério e inquebrantável, pois o Orixá exige de seus filhos-de-santo e de quem a invoca em geral sempre a mesma relação austera que mantém com o mundo. Nanã forma par com Obaluaiê e enquanto ela atua na decantação emocional e no adormecimento do espírito que irá encarnar, ele atua na passagem do plano espiritual para o material (encarnação), o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo energético ao tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde está sendo gerado, ao qual já está ligado desde que ocorreu a fecundação. Este mistério divino que reduz o espírito é regido por nosso amado pai Obaluaiê, que é o “Senhor das Passagens” de um plano para outro. Já nossa amada mãe Nanã, envolve o espírito que irá reencarnar em uma irradiação única, que dilui todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para uma nova vida na carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. É por isso que Nanã é associada à senilidade, à velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas que vivenciou na sua vida carnal. Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a “memória” dos seres. E se Oxossi aguça o raciocínio ela adormece os conhecimentos do espírito para que eles não interfiram com o destino traçado para toda uma encarnação. Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa. No inicio desta linha está Oxum estimulando a sexualidade feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim está Nanã, paralisando tanto a sexualidade quanto a geração de filhos. Este grande Orixá, mãe e avó, é protetora dos homens e criaturas idosas, padroeira da família, tem o domínio sobre as enchentes, as chuvas, bem como o lodo produzido por essas águas. Quando dança no Candomblé, ela faz com os braços como se estivesse embalando uma criança. Sua festa é realizada próximo do dia de Santana, e a cerimônia se chama Dança dos Pratos.
Nanã é um Orixá feminino de origem daomeana, que foi incorporado há séculos pela mitologia Iorubá, quando o povo nagô conquistou o povo do Daomé (atual Republica do Benin) , assimilando sua cultura e incorporando alguns Orixás dos dominados à sua mitologia já estabelecida. Resumindo esse processo cultural, Oxalá (mito ioruba ou nagô) continua sendo o pai e quase todos os Orixás. Iemanjá (mito igualmente Ioruba) é a mãe de seus filhos (nagô) e Nanã (mito jeje) assume a figura de mãe dos filhos daomeanos nunca se questionando a paternidade de Oxalá sobre esta também, paternidade essa que não é original da criação das primeiras lendas do Daomé, onde Oxalá obviamente não existia. Os mitos daomeanos eram mais antigos que os nagôs (vinham de uma cultura ancestral que se mostra anterior à descoberta do fogo). Tentou-se, então, acertar essa cronologia com a colocação de Nanã e o nascimento de seus filhos, como fatos anteriores ao encontro de Oxalá e Iemanjá. É neste contexto, a primeira esposa de Oxalá, tendo com ele três filhos: Iroco (ou Tempo), Omolu (ou Obaluaiê) e Oxumarê.
Fonte: http://www.afrorei.com/mitologia_interna.php?id=16

OXUMARÊ

Oxumarê filho mais novo e preferido de Nanã, irmão de Omulu. É uma entidade branca muito antiga, participou da criação do mundo enrolando-se ao redor da terra, reunindo a matéria e dando forma ao Mundo. Sustenta o Universo, controla e põe os astros e o oceano em movimento. Rastejando pelo Mundo desenhou seus vales e rios. É a grande cobra que morde a cauda representando a continuidade do movimento e do ciclo vital. A cobra é dele e é por isso que no Candomblé não se mata cobra. Sua essência é o movimento, a fertilidade, a continuidade da vida. A comunicação entre o céu e a terra é garantida por Oxumarê. Leva a água dos mares para o céu, para que a chuva possa formar-se é o arco-íris, a grande cobra colorida. Assegura comunicação entre o mundo sobrenatural, os antepassados e os homens e por isso a associa do ao cordão umbilical.
Oxumarê é um Orixá bastante cultuado no Brasil apesar de existirem muitas confusões a respeito dele, principalmente nos sincretismos e na Umbanda. A confusão começa a partir do próprio nome, já que parte dele também é igual ao nome do Orixá feminino Oxum a senhora da água doce. Algumas correntes da Umbanda inclusive costumam dizer que Oxumarê é uma das diferentes formas e tipos de Oxum, mas no Candomblé tradicional tal associação é absolutamente rejeitada. São divindades distintas, inclusive quanto aos cultos e à origem. Em relação à Oxumarê qualquer definição mais rígida é difícil e arriscada. Por isso mesmo a dualidade é o conceito básico associado os seus mitos e o seu arquétipo. Essa dualidade onipresente faz com que Oxumarê carregue todos os opostos e todos os antônimos básicos dentro de si: bem e mal, dia e noite, macho e fêmea, doce e amargo, etc.
Nos seis meses em que é uma divindade com energia masculina, é representado pelo arco-íris, sendo atribuído a Oxumarê o poder de regular as chuvas e as secas, já que, enquanto o arco-íris brilha, não pode chover. Ao mesmo tempo, a própria existência do arco-íris é a prova de que a água está sendo levada para os céus em forma de vapor, onde se aglutinará em forma de nuvem, passará por nova transformação química recuperando o estado líquido e voltará a terra sob essa forma, recomeçando tudo de novo: a evaporação da água, novas nuvens, novas chuvas, etc. Nos seis meses subseqüentes, o Orixá assume a energia feminina e se aproxima de todos os opostos do que representou no semestre anterior. É então uma cobra obrigada a se arrastar agilmente tanto na terra como na água, deixando as alturas para viver sempre junto ao chão perdendo em transcendência e ganhando em materialismo. Não podemos nos esquecer de que tanto na África, como especialmente no Brasil a população negra foi continuamente assediada pela colonização branca. Uma das formas mais utilizadas por jesuítas para convencer os negros, era a repressão física, mas para alguns não bastava o medo de apanhar. Eles queriam a crença verdadeira e, para isso, tentaram explicar e codificar a religião dos Orixás segundo pontos de vista cristãos adaptando divindades introduzindo a noção de que os Orixás seriam santos como os da Igreja Católica. Essa busca objetiva do sincretismo sem dúvida foi esbarrar em Oxumarê e na cobra e não há animal mais peçonhento, perigoso e pecador do que ela na mitologia católica. Por isso, não seria difícil para um jesuíta que acreditasse sinceramente nos símbolos de sua visão teológica. Reconhecer na cobra mais um sinal da presença dos símbolos católicos na religião dos Orixás e nele reconhecer uma figura que só poderia trazer o mal. Na verdade o que se pode abstrair de contradições como as que apresentam Oxumarê é que este é o Orixá do movimento, da ação, da eterna transformação, do contínuo oscilar entre um caminho e outro que norteia a vida humana. É o Orixá da tese e da antítese. Por isso, seu domínio se estende a todos os movimentos regulares, que não podem parar como a alternância entre chuva e bom tempo, dia e noite, positivo e negativo. Conta-se sobre ele que como cobra pode ser bastante agressiva e violenta o que o leva a morder a própria cauda. Isso gera um movimento moto-contínuo, pois, enquanto não largar o próprio rabo não parará de girar sem controle. Esse movimento representa a rotação da Terra seu translado em torno do Sol sempre repetitivo todos os movimentos dos planetas e astros do universo, regulados pela força da gravidade e por princípios que fazem esses processos parecerem imutáveis, eternos, ou pelo menos muito duradouros se comparados com o tempo de vida médio da criatura humana sobre a terra, não só em termos de espécie, mas principalmente em termos da existência de uma só pessoa. Se essa ação terminasse de repente, o universo como o entendemos deixaria de existir, sendo substituído imediatamente pelo caos. Esse mesmo conceito justifica um preceito tradicional do Candomblé que diz que é necessário alimentar e cuidar de Oxumarê muito bem, pois, se ele perder suas forças e morrer a conseqüência será nada menos que o fim da vida no mundo. Seu domínio se estende a todos os movimentos regulares que não podem parar como a alternância entre o dia e a noite, o bom e o mal tempo (chuvas) e entre o bem e o mal (positivo e negativo).
Pierre Verger acrescenta que Oxumarê está associado ao misterioso, a tudo que implica o conceito de determinação além dos poderes dos homens, do destino, enfim: É o senhor de tudo o que é alongado. O cordão umbilical que está sob seu controle é enterrado geralmente com a placenta, sob uma palmeira que se torna propriedade do recém-nascido, cuja saúde dependerá da boa conservação dessa árvore.
Fonte: povodearuanda. Files. wordpress.com/2008/05/oxu...

OBALUAIÊ
Na Umbanda o culto é feito a Obaluaiê que se desdobra com o nome de Omulu. Orixá originário do Daomé. É um Orixá sombrio, tido entre os Iorubanos como severo e terrível, caso não seja devidamente cultuado, porém Pai bondoso e fraternal para aqueles que se tornam merecedores, através de gestos humildes, honestos e leais. Nanã decanta os espíritos que irão reencarnar e Obaluaiê estabelece o cordão energético que une o espírito ao corpo (feto), que será recebido no útero materno assim que alcançar o desenvolvimento celular básico (órgãos físicos). Ambos os nomes surgem quando nos referimos a esta figura, seja Omulu seja Obaluaiê. Para a maior parte dos devotos do Candomblé e da Umbanda, os nomes são praticamente intercambiáveis, referentes a um mesmo arquétipo e, correspondentemente, uma mesma divindade. Já para alguns babalorixás, porém, há de se manter certa distância entre os dois termos, uma vez que representam tipos diferentes do mesmo Orixá. São também comuns as variações gráficas Obaluaiê e Abaluaê. Um dos mais temidos Orixás, comanda as doenças e, conseqüentemente a saúde. Assim como sua mãe Nanã tem profunda relação com a morte. Tem o rosto e o corpo cobertos de palha da costa, em algumas lendas para esconder as marcas da varíola, em outras já curado não poderia ser olhado de frente por ser o próprio brilho do sol. Seu símbolo é o Xaxará um feixe de ramos de palmeira enfeitado com búzios. Em termos mais estritos, Obaluaiê é a forma jovem do Orixá Xapanã, enquanto Omulu é sua forma velha. Como, porém, Xapanã é um nome proibido tanto no Candomblé como na Umbanda, não devendo ser mencionado, pois pode atrair a doença inesperadamente a forma Obaluaiê é a que mais se vê. A figura de Omulu/Obaluaiê, assim como seus mitos é completamente cercada de mistérios e dogmas indevassáveis. Em termos gerais, a essa figura é atribuído o controle sobre todas as doenças, especialmente as epidêmicas. Faria parte da essência básica vibratória do Orixá tanto o poder de causar a doença como o de possibilitar a cura do mesmo mal que criou. Em algumas narrativas mais tradicionalistas tentam apontar-se que o conceito original da divindade se referia ao deus da varíola, tal visão, porém, é uma evidente limitação. A varíola não seria a única doença sob seu controle, simplesmente era a epidemia mais devastadora e perigosa que conheciam os habitantes da comunidade original africana, onde surgiu Omulu/Obaluaiê, o Daomé. Assim, sombrio e grave como Iroco, Oxumarê (seus irmãos) e Nanã (sua Mãe), Omulu/Obaluaiê é uma divindade da cultura jêje, posteriormente assimilada pelos Iorubás. Enquanto os Orixás Iorubanos são extrovertidos, de têmpera passional, alegres, humanos e cheios de pequenas falhas que os identificam com os seres humanos, as figuras daomeanas estão mais associadas a uma visão religiosa em que distanciamento entre deuses e seres humanos é bem maior. Quando há aproximação, há de se temer, pois alguma tragédia está para acontecer, pois os Orixás do Daomé são austeros no comportamento mitológico, graves e conseqüentes em suas ameaças. A visão de Omulu/Obaluaiê é a do castigo. Se um ser humano falta com ele ou um filho-de-santo seu é ameaçado, o Orixá castiga com violência e determinação, sendo difícil uma negociação ou um aplacar, mais prováveis nos Orixás Iorubás. Pierre Verger nesse sentido sustenta que a cultura do Daomé é muito mais antiga que a Iorubá o que pode ser sentido em seus mitos: A antigüidade dos cultos de Omulu/Obaluaiê e Nanã (Orixá feminino), freqüentemente confundidos em certas partes da África, é indicada por um detalhe do ritual dos sacrifícios de animais que lhe são feitos. Este ritual é realizado sem o emprego de instrumentos de ferro, indicando que essas duas divindades faziam parte de uma civilização anterior à Idade do Ferro e à chegada de Ogum. Como parte do temor dos Iorubás eles passaram a enxergar a divindade (Omulu/Obaluaiê) mais sombria dos dominados como fonte de perigo e terror, entrando num processo que podemos chamar de malignação de um Orixá do povo subjugado, que não encontrava correspondente completo e exato (apesar da existência similar apenas de Ossãe). Omulu/Obaluaiê seria o registro da passagem de doenças epidêmicas, castigos sociais, já que atacariam toda uma comunidade de cada vez. Obaluaiê o Rei da Terra, é filho de NANÃ, mas foi criado por IEMANJA que o acolheu quando a mãe rejeitou-o por ser manco, feio e coberto de feridas. É uma divindade da terra dura, seca e quente. É às vezes chamado “o velho”, com todo o prestígio e poder que a idade representa no Candomblé. Está ligado ao Sol propicia colheitas e ambivalentemente detém a doença e a cura. Com seu Xaxará cetro ritual de palha da Costa, ele expulsa a peste e o mal. Mas a doença pode ser também a marca dos eleitos, pelos quais Omulu quer ser servido. Quem teve varíola é freqüentemente consagrado a Omulu, que é chamado “médico dos pobres”. Suas relações com os Orixás são marcadas pelas brigas com Xangô e Ogum e pelo abandono que os Orixás femininos legaram-lhe. Rejeitado primeiramente pela mãe, segue sendo abandonado por Oxum, por quem se apaixonou que, juntamente com Iansã, troca-o por Xangô. Finalmente Obá, com quem se casou foi roubada por Xangô. Existe uma grande variedade de tipos de Omulu/Obaluaiê, como acontece praticamente com todos os Orixás. Existem formas guerreiras e não guerreiras, de idades diferentes, etc., mas resumidos pelas duas configurações básicas do velho e do moço. A diversidade de nomes pode também nos levar a raciocinar que existem mitos semelhantes em diferentes grupos tribais da mesma região, justificando que o Orixá é também conhecido como Skapatá, Omulu Jagun, Quicongo, Sapatoi, Iximbó, Igui. Esta Grande Potência Astral Inteligente, quando relacionado à vida e à cura, recebe o nome de Obaluaiê. Têm sob seu comando incontáveis legiões de espíritos que atuam nesta Irradiação ou Linha, trabalhadores do Grande Laboratório do Espaço e verdadeiros cientistas, médicos, enfermeiros etc., que preparam os espíritos para uma nova encarnação, além de promoverem a cura das nossas doenças. Atuam também no plano físico, junto aos profissionais de saúde, trazendo o bálsamo necessário para o alívio das dores daqueles que sofrem. O Senhor da Vida é também Guardião das Almas que ainda não se libertaram da matéria. Assim, na hora do desencarne, são eles, os falangeiros de Omulu, que vêm nos ajudar a desatar nossos fios de agregação astral-físico (cordão de prata), que ligam o perispírito ao corpo material. Os comandados de Omulu dentre outras funções, são diretamente responsáveis pelos sítios pré e pós morte física (Hospitais, Cemitérios, Necrotérios etc.), envolvendo estes lugares com poderoso campo de força fluidíco-magnético, a fim de não deixarem que os vampiros astrais (kiumbas desqualificados) sorvam energias do duplo etérico daqueles que estão em vias de falecerem ou falecidos.
Fonte: http://www.afrorei.com/mitologia_interna.php?id=15

IANSÃ
Oiá e Iansã (entre os Nagôs), Sobô (jejes), Matamba (angolas), Nunvurucoma buva (congos), Bamburucema (bantos em geral. Divindade do Rio Oiá (Niger).
Senhora da Tarde, Dona dos Espíritos, Carregadeira de Ebó, Senhora dos Ventos, Raios e das Tempestades. Esses e alguns outros são os nomes desta grande Obirinxá (Orixá fêmea). Rainha dos raios, dos ciclones, furacões, tufões, vendavais, é um orixá do fogo, guerreira e poderosa. Ela é a Mãe dos eguns (espíritos dos mortos), guia dos espíritos desencarnados, deusa dos cemitérios. É ela que servirá de guia, ao lado de Obaluaiê, para aquele espírito que se desprendeu do corpo. É ela que indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma. Comanda a falange dos Boiadeiros, Oiá relaciona-se com todos os elementos da natureza. A água sob a forma de chuva, de tempestade. O ar sob a forma do vento da tempestade, que arranca árvores, derruba casas. No seu aspecto benéfico, foi o ar de Iansã que espalhou as plantas medicinais, anteriormente guardadas pro OSSAIN numa cabaça. Ligada a floresta, ela se transforma num búfalo, cervo ou elefante. Propicia a caça abundante. Mas sua essência é o movimento e o fogo, é o Orixá do raio. Esta relação com o movimento e o fogo faz de Iansã uma divindade do sexo e do amor. E por ser mãe e rainha dos EGUNS, é o único Orixá que não tem medo dos mortos. Seu número é o nove, produto de 3 x 3 o par Inicial mais um, indicando continuação puro movimento. Ela usa uma espada de cobre e um "espanta moscas"- o eruexim -, com o qual mantém os Eguns afastados.
Oiá, filha de Iemanjá com Oxala é mais conhecida no Brasil como Iansã, foi uma princesa real na cidade de Irá, na Nigéria, em 1450 a. C. Sobrinha-neta do rei Elempe, e neta de Torôssi (mãe de Xangô), conquistou com valentia, coragem e dedicação seu caminho para o trono de Oió. Conhecedora de todos os meandros da magia encantada, Oiá nunca se deixou abater por guerras, problemas ou disputas. Nobre guerreira, jamais tripudiou sobre inimigos e rivais vencidos.
Oiá foi a primeira e a mais fiel das três mulheres de Xangô – que era seu primo – e ajudou-o a conquistar os reinos que foram anexados ao império ioruba. Porém quando ele tentou invadir Nupe e Tapa, onde Oiá havia nascido ela o abandonou e postou-se na entrada daquelas cidades disposta a enfrentá-lo. Como nem mesmo Xangô ousou desafiá-la, ninguém passou. Oiá é a menina dos olhos de Oxalá, seu protetor, a única divindade que entra no Ibalé de Egum (mortos), por seu poder e onisciência. Oiá foi a primeira entidade feminina a surgir nos cultos negros. Quando Xangô morreu, antes de se transformar num orixá, sua mulher chorou tão copiosamente que as lágrimas formaram o grande rio Oiá (Niger) do qual ela se tornaria deusa.
Como foi relatado Oiá era antes mulher de Ogun, encarregando-se de acionar o fole que atiçava o fogo da forja. Seduzida por Xangô, Oiá fugiu com ele. Ogun perseguiu os fugitivos e, quando tocou Oiá com sua vara mágica de ferro, ela foi dividida em nove partes e recebeu o nome de Iansã, "a mãe (transformada em) novo".
Embora tenha sido esposa de Xangô, Oia percorreu vários reinos. Foi paixão de Ogum, Oxaguian, Exu. Conviveu e seduziu Oxóssi, Logun-Edé e tentou em vão, relacionar-se com Obaluaiê. Em Ifê terra de Ogum foi à grande paixão do guerreiro. Aprendeu com ele e ganhou o direito do manuseio da espada. Em Oxogbo, terra de Oxaguian, aprendeu e recebeu o direito de usar o escudo.
Deparou-se com Exu nas estradas, com ele se relacionou e aprendeu os mistérios do fogo e da magia. No reino de Oxóssi, seduziu o deus da caça aprendendo a caçar, tirar a pele do búfalo e se transformar naquele animal com a ajuda da magia aprendida com Exú. Seduziu o jovem Logun-Edé e com ele aprendeu a pescar.
Oiá partiu, então, para o reino de Obaluaiê, pois queria descobrir seus mistérios e até mesmo conhecer seu rosto, mas nada conseguiu pela sedução. Porém, Obaluaiê resolveu ensinar-lhe a tratar dos mortos. De início Oiá relutou, mas seu desejo de aprender foi mais forte, aprendeu a conviver com os eguns e controlá-los. Partiu então para Oió reino de Xangô e lá acreditava que teria o mais vaidoso dos reis e aprenderia a viver ricamente. Mas ao chegar ao reino do deus do trovão, Oiá aprendeu muito mais. Aprendeu a amar verdadeiramente e com uma paixão violenta, pois Xangô dividiu com ela os poderes do raio e deu a ela o seu coração. O fogo é o elemento básico de Oiá. O fogo das paixões, da alegria, o fogo que queima. E aqueles que dão uma conotação de vulgaridade a essa belíssima e importantíssima divindade africana, são dignos de pena e mais dignos ainda, do perdão de Oiá-Iansã.
Recebendo de Xangô para guardar o restante do poderoso alimento mágico dado por Oxalá, Iansã também comeu dele e, como o marido, passou a expelir labaredas pela boca, quando falava. Este mito une Iansã e Xangô, fazendo dela também um orixá do fogo. Altiva, dinâmica, implacável, Iansã participa dos combates, ao lado do turbulento marido. Manifestada no candomblé, usa uma espécie de turbante enfeitado, com uma franja de contas sobre o rosto e, na parte posterior uma fita larga que pende de um laçarote. Uma grande faixa (ojá) termina atada na frente, sobre o busto. Iansã dança marcialmente, o alfange em punho e, quando encontra com Ogun terça armas com ele. Na outra mão Iansã leva o eruexim, espanador feito com pêlos de rabo de cavalo, que serve para varrer as almas dos mortos.
Além do alfange e do eruexim são símbolos da deusa os chifres de búfalo. Conta um mito etiológico que Ogun caçando na floresta ia matar um búfalo quando o animal retirou a pele e surgiu uma linda mulher. Era Oiá-Iansã. Ogun apaixona-se por ela, acaba se casando e têm nove filhos. As outras mulheres de Ogun, enciumadas, descobrem o segredo e começa a ridicularizar a deusa. Este veste a pele, assume outra vez a forma de búfalo e mata as mulheres ciumentas. Depois deixa os chifres com os filhos, dizendo: "Quando necessitarem bata um chifre contra o outro e eu virei socorrê-los". É por essa razão que os chifres de búfalo estão sempre nos lugares consagrados a Oiá-Iansã. Senhora do fogo, dos raios e da guerra, é ela quem traz as tempestades e a ventania para varrer a maldade humana da face da Terra. Iansã andava pelo mundo se aventurando, onde quer que ela soubesse haver algo impossível para se fazer, lá estava ela se propondo a obter mais uma conquista.
Filha de Afefé com Iroco e irmã gêmea de Obá, Iansã é aquela que gosta de participar de tudo, é vingativa com aqueles que não sabem respeitá-la, porém não mede esforços para agradar quem a reverencia Iyá-mesan-òrun , seu Oríki, "mãe dos nove órun", YásanConhecida no Brasil como Yansã, cujo nome advém de algumas formas prováveis: Oyamésàn - nove Oyas usado como um dos nomes de Oya
Ìyá omo mésàn, mãe de nove crianças, Iansã que da lenda da criação da roupa de Egúngún por Oyá. Ìyámésàn "a mãe (transformada em) nove", que vem da história de Ifá, da sua relação com Ogum. Observe-se que em todas as formas, está relacionado com o número 9, indicativo principal do seu odú. Está associada ao ar, ao vento, a tempestade, ao relâmpago/raio (ar+movimento e fogo) e aos ancestrais (eguns). Na Nigéria ela é a deusa do rio Niger. Principal esposa de Xangô, impetuoso, guerreira e de forte personalidade, também rainha dos espíritos dos mortos, sendo reverenciada no culto dos eguns. Em Iorubá, chama-se Odò Oya. Diz uma das lendas que Oya lamentava-se de não ter filhos, uma situação conseqüente da sua ignorância a respeito das suas proibições alimentares. Embora lhe fosse recomendado comer cabra, ela comia carneiro. Foi consultar um babalaô, que informou seu erro, lhe aconselhando a fazer oferendas, entra as quais deveria haver um tecido vermelho. Este pano, mais tarde, haveria de servir para confeccionar as vestimentas dos Egúngún. Tendo cumprido essa obrigação Oya tornou-se mãe de nove crianças.
Suas contas são vermelhas ou tijolo, o coral por excelência, o monjoló (uma espécie de conta africana, oriunda de lava vulcânica). Seus símbolos são: os chifres de búfalo, um alfanje, adaga, eruesin [eruexin] (confeccionado com pelos de rabo de cavalo, encravados em um cabo de cobre, utilizado para "espantar os eguns"). Afefe, o vento, a tempestade, acompanha Oya.
Fonte: mulhernatural.hpg.ig.com.br


OXOSSI
Oxossi é o único Orixá que entra na mata da morte, joga sobre si um pó sagrado, avermelhado, chamado AROLÉ, que passou a ser um de seus dotes. Este pó o torna imune a morte e aos Eguns.Oxossi é um Orixá que revela a importância da caça entre os povos africanos, com reflexos no culto religioso. Sendo um caçador, lembrando que antigamente na África os caçadores eram os responsáveis pelo sustento e manutenção das aldeias, é o Orixá que garante a fartura, sustento, alimentação e prosperidade ao ser - humano. Muitas vezes é chamado de Odé Wawá ou seja, "Caçador dos Céus".
Ele é considerado a divindade da fartura, da abundância, da prosperidade. Em seu lado negativo, porém, pode ser também o pai da míngua, da falta de provisão. Deus da caça, das úmidas florestas, com o Ofá abate os javalis, as feras, é o invencível caçador rei Oxossi, senhor do Keto, rodeado de animais, usa capanga e um elegante chapéu de couro de abas largas enfeitado de penas de avestruz nas cores azul e branco. Leva dois chifres de touro na cintura, além do arco e uma fecha de metal dourado, Ele dança com arco e flecha numa mão e na outra com o Irukérê. Usa saiote de plumas verdes ou multicores; penacho e capacete verdes. Pulseiras e braceletes de bronze. Algumas vezes veste-se de azul-turquesa ou de azul e vermelho. Sua dança é mímica de uma caçada e simula o gesto de atirar flechas para a direita e para a esquerda, o ritmo é "corrido" na qual ele imita o cavaleiro que persegue a caça, deslizando devagar, às vezes pula e gira sobre si mesmo. É uma das danças mais bonitas do Candomblé. Sua comida preferida é a carne de porco. Gosta também de bode e galo, mas não tolera feijão branco. Na qualidade de caçador Oxossi tem sua casa ou assento no quintal do candomblé, quase sempre no meio de arbustos e folhagens. Além de Oxossi também Exú, Ogum e Ossãe têm a habitação ao ar livre e, como insígnia, um objeto de ferro forjado. As quatro divindades estão intimamente interligadas. Oxossi, em sua atividade venatória, penetra na mata e é Exú quem o ajuda e orienta; é Exú quem lhe abre os caminhos. Esses caminhos, porém, são dificultados pela galharia, espinhos, cipós, imprevistos. E Ogum com sua espada, limpa os caminhos para a penetração do caçador divino. Uma vez dentro da mata, Oxossi está nos domínios de Ossãe o que reina sobre os vegetais. E Ossãe ensina-o a conhecer as ervas que curam os homens e os animais, bem como as plantas sagradas, que entram na liturgia dos orixás. Está estreitamente ligado a OGUM, de quem recebeu suas armas de caçador. Conta à lenda que OSSÃE apaixonou-se pela beleza de OXOSSI e prendeu-o na floresta. OGUM consegue penetrar na floresta, com suas armas de ferreiro e libertá-lo. Ele está associado ao frio, à noite, à lua; suas plantas são refrescantes.
Nos mitos falam que Oxossi é filho de APAOKA (jaqueira). Que ele foi o caçador de elefantes, animal associado à realeza e aos antepassados. E há um mito que conta que OXOSSI encontrou IANSÃ na floresta, sob a forma de um grande elefante que se transformou em mulher. Casa com ela tem muitos filhos que são abandonados e criados por OXUM. Oxossi vivendo na floresta onde moram os espíritos está relacionado com as árvores e os antepassados. As abelhas pertencem-lhe e representam os espíritos dos antepassados femininos. Relacionam-se com os animais, cujos gritos imitam a perfeição; é um caçador valente e ágil, generoso, propicia a caça e a pesca, e protege contra o ataque das feras. Seu ILÁ (canto), conforme sua qualidade parece o cantar de um pássaro ou o berro de um animal. É um solitário solteirão depois que foi abandonado por IANSÃ e também porque na qualidade de caçador, tem que se afastar das mulheres, pois elas são nefastas à caça. Das duas velhas negras africanas que fundaram na Bahia o candomblé do Engenho velho, pai de todos os outros, uma era filha de Oxossi. (A outra, de Xangô). As filhas-de-santo desse candomblé trazem ao ombro um longo chicote de crina, atributo de Oxossi. E os cânticos desse Orixá observa Edison Carneiro, "revelam fortes reverências totêmicas e, por vezes vestígios de culturas desaparecidas já como o culto das árvores". Também é a casa de Oxossi o ilustre candomblé do Gantois, que tem em Menininha (Escolástica Maria da Conceição Nazaré) a mais famosa yalorixá da Bahia, que completou mais de meio século de "feita" e que já passou para o outro plano de existência.
Nas festas manifestado Oxossi apresenta-se com saiote armado e calças rendadas, na cabeça um chapéu ou gorro com enfeites de contas e outros. Descreve Edison Carneiro: "Veste-se principescamente, de manto aos ombros. Algumas vezes tem o citado chapéu de couro, de feltro ou de veludo". Além de empunhar seus símbolos, já citados, pode trazer, ainda, espingarda, aljava, capanga e bichos de penas dependurados no cinto.
No século XIX o reino de Kêto foi destruído e saqueado pelas tropas daomeanas. Seus habitantes, entre os quais adeptos de Oxossi, foram escravizados e vendidos para o Brasil e Cuba. Eis por que o culto de Oxossi, muito propagado entre nós, hoje praticamente inexiste na África. Observa Pierre Verger que ainda existem em Kêto os locais onde Oxossi recebia oferendas e sacrifícios, mas não há quem saiba ou deseje cultuá-lo. Nos candomblés jejes existe um Oxossi denominado Aguê, filho de Mawu e Lissa (Nota: para os fon (Daomé), Naná Buruku é mãe do casal de gêmeos Lissa (homem) e Mawu (mulher), o Adão e a Eva dos negros, dos quais descende toda a humanidade). Além do Erukêré, tem como insignia um pequeno bastão, encimado por um pássaro, pendentes dois pequenos cordões com um cacho de búzios na extremidade. Aguê vive sempre nas matas e é o porta-voz de OSSÃE, Orixá que raramente se incorpora numa filha-de-santo.Outra forma de Oxossi é Inlê ou Ibualama, casado com Oxum. Incorporado, Inlê dança segurando o amparo, um açoite formado por três tiras largas de couro, com que se autocastiga. Inlê e Oxum tiveram um filho, de nome Logunedê.
Oxossi identifica-se com São Sebastião. Nos xangôs do Recife identificado com São Miguel, é mais conhecido como Odé e confundido com o Sultão, um caçador emerso dos candomblés-de-caboclo Como ocorre com os encantados dos candomblés-de-caboclo, na Umbanda Oxossi multiplica-se numa infinidade de personificações do índio. Oxossi é o dono de uma das "sete linhas" de santos umbandistas, desdobrada nas legiões de Urubatã, Araribóia, Caboclo 7 Encruzilhadas, Peles Vermelhas (Águia Branca), Tamoios (Grajaúna), Cabocla Jurema e Guaranis (Araúna). Santo de grande popularidade, personificado na figura do Caboclo, isto é, do índio, Oxossi por vezes se apresenta ostentando um cocar e portando um arco e uma flecha. Sua cor é o verde. Suas comidas de milho, amendoim, coco ralado e mel. Bebe vinho tinto. As "obrigações" de Oxossi são feitas na mata, de preferência sob mangueira ou outra árvore frondosa. Acendem-se velas verdes e deixam-se, além das comidas do santo, vinho tinto com fitas verdes no gargalo da garrafa. Gosta de milho verde em espiga ou seco a granel, água de coco, eucalipto, girassol, latão, sândalo, calcite. É representado pelos seus falangeiros, caboclos bugres e de penas. Sua saudação é Okê Arô No Rio de Janeiro, Oxossi é São Sebastião, o padroeiro da cidade, com festa celebrada dia 20 de janeiro. Nesse dia, além de baterem nos terreiros, são levadas oferendas e realizadas cerimônias nas matas. Nas pequenas florestas cariocas, como na Gávea e no Alto da Boa Vista, existem clareiras entre as árvores. Para o dia 20 de janeiro são cuidadosamente varridas e, em alguns casos, enfeitadas com folhagens, bambus e bandeirinhas coloridas de papel de seda. Logo virão os filhos e as filhas-de-santo, com seus trajes brancos rituais. Ressoarão os atabaques e serão entoados os pontos, isto é, os cânticos de evocação e louvor. A cerimônia será realizada com o mesmo ritual de sempre. Do terreiro urbano desloca-se a festa de Oxossi para o seu reino no recesso da mata.
Fonte: www.mulhernatural.hpg.ig.com.br/.../oxossi.gif

OBÁ
Orixá africano do Rio Obá ou rio Níger, terceira esposa de Xangô. Guerreira veste vermelho ou rosa forte e branco usa escudo, Arco e flecha Ofá. Obá representa as águas revoltas dos rios, as pororocas, as águas fortes, o lugar das quedas são considerados domínios de Obá. Ela representa também o aspecto masculino das mulheres (fisicamente) e a transformação dos alimentos de crus em cozidos. Orixá, embora feminina, energética, temida, e forte, considerada mais forte que muitos Orixás masculinos vencendo na luta Oxalá, Xangô e Orumilá.
Obá é irmã de Iansã foi esposa de Ogum e posteriormente terceira e mais velha mulher de Xangô. Bastante conhecida pelo fato de ter seguido um conselho de Oxum e decepado a própria orelha para preparar um ensopado para o marido na esperança de que isto iria fazê-lo mais apaixonado por ela. Quando manifestada, esconde o defeito com a mão. Seus símbolos são uma espada e um escudo. Por sua envergadura física e força tornou-se uma guerreira a única mulher capaz de desafiar Ogum para uma luta e por ser Obá extremamente forte e destemida Ogum se viu obrigado a usar de um truque contra ela espalhando quiabo amassado no chão e atraindo Obá para aquele canto onde a guerreira escorregou e não apenas perdeu a luta como foi possuída à força por Ogum que se tornou seu inimigo.
Fonte: Palácio Mamãe Oxum

EWÁ
Conhecida como Ìyá Wa. Assim como Iemanjá e Oxum, também é uma divindade feminina das águas e, às vezes, associada à fecundidade. É reverenciada como a dona do mundo e dona dos horizontes. Em algumas lendas aparece como a esposa de Oxumarê e pertencendo a ela a faixa branca do arco-íris, em outras como esposa de Obaluaiê ou Omulu. Ewá é a divindade do rio Yewa. Na Bahia é cultuada somente em três casas antigas, devido à complexidade de seu ritual. As gerações mais novas não captaram conhecimentos necessários para a realização do seu ritual, daí se ver, constantemente, alguém dizer que fez uma obrigação para Ewá, quando na realidade o que foi feito é o que se faz normalmente para Oxum ou Iansã. O desconhecimento começa com as coisas mais simples como a roupa que veste as armas e insígnias que segura e os cânticos e danças, isso quando não dizem que Ewá é a mesma coisa que Oxum, Iansã e Iemanjá. Orixá que protege as virgens e tudo que é inexplorável. Ewá tem o poder da vidência, Senhora Do céu estrelado rainha dos cosmos. Ela está o lugar onde o homem não alcança. Seu símbolo é o arpão, pode também carregar um ofá dourado, uma espingarda ou uma serpente de metal. Às vezes, Ewá é considerada a metade mulher de Oxumarê, a faixa branca do arco-íris. Ela é representada também pelo raio do sol, pela neve. As palmeiras com folhas em leque também simbolizam Ewá - exótica, bela, única e múltipla. Na verdade ela mantém fundamentos em comum com Oxumarê, inclusive dançam juntos, mas não se sabe ao certo se seria a porção feminina, sua esposa ou filha. Quando cultuada na nação Keto, Ewá dança ilu, hamunha e aguerê, Na cultura jêje, onde suas danças são impressionantes, prefere o bravun e o sató e dança acompanhada de Oxumare, Omolu e Nanã.

Fonte: http://www.afrorei.com/mitologia_interna.php?id=11


OSSAIN
Ossain é um Orixá masculino, feiticeiro alquimista, conhece como ninguém o poder e o segredo das Ervas. Ossain é portador de um pássaro que é o seu mensageiro. Este pássaro voa por toda parte do mundo e pousa em cima da cabeça de Ossain para lhe contar todos os acontecimentos. Este pássaro é um simbolismo bastante conhecido das feiticeiras freqüentemente chamadas de elewú-eiyé, ou seja, "proprietárias do pássaro-poder". Ossain vive na floresta em companhia de àroni, um anãozinho de uma perna só que fuma um cachimbo feito de casca de caracol enfiado num talo oco cheio de suas folhas favoritas.
O poder das folhas nascidas das árvores e das plantas constitui uma emanação direta do poder sobrenatural da terra fertilizada pela chuva (água-sêmem) e, com esse poder, a ação das folhas pode ser múltipla, para diversos fins. Elas representam o "sangue-preto", axé do culto.
Nada se faz no candomblé sem este Orixá, as folhas sagradas, para tudo se usa, em todos as obrigações de cabeça, batismos, ebós,banhos,sacudimentos e outros.O sumo das folhas é também chamado de èjé ewé ou "sangue das folhas" e é um dos axés mais poderosos que traz em si o poder do que nasce e do que advém.
Fonte: Palácio Mamãe Oxum

IROKÔ
Iroko é um Orixá pouco cultuado no Brasil. Seus filhos também são raros. Iroko vive na mais suntuosa árvore que há numa roça de candomblé e também nas matas. Representa a ancestralidade, nossos antepassados, pais, avós, bisavós, tataravôs.
Representa também o seio da natureza, morada dos Orixás. Desrespeitar Iroko, (grande e suntuosa árvore) é desrespeitar sua dinastia, seus avós, seu sangue. Iroko representa a história do Ilé, assim como de seu povo protegendo sempre o mesmo das tempestades.
Fonte: Palácio Mamãe Oxum

LOGUN-EDÉ
Senhor da Pesca, que vive seis meses com o pai, de Oxossi, na caça e seis meses na cachoeira com Oxum. É o resultado do encanto ou do encantamento de Oxossi Ibualama e Oxum Yepondá. Erradamente considerado como um Orixá “meta-meta”, ou seja, de dois sexos Logun-Edé é um Orixá masculino, embora divida o tempo com os pais.
Está presente no brilho do olhar, no perfume das flores, numa paisagem singela. É também o deus da arte, o principio daquilo que é belo e terno. É o príncipe das águas doces, da caça, da alegria e da jovialidade.
Fonte: Palácio Mamãe Oxum



TEMPO
Quatro é o número da Terra; quatro foram os dias que Olorum levou para criar o mundo; a cada dia, Olorum criou quatro Odus – num total de 16; quatro são as estações do ano: verão, inverno, outono e primavera; quatro são os elementais da natureza: fogo, água, terra e ar. Ligado a este numero quatro, está o Orixá Tempo – de origem Angola e Congo semelhante ao Iroko, da Nação Ketu e a Loko, de Nação Jeje.
Tempo é o senhor das estações do ano; regente das mutações climáticas. Pai da maionga, o banho da Nação Angola.
Tempo está sempre em movimento, entre uma e outra extremidade dos pólos. Ora está em Exú – equilíbrio negativo do Universo – ora está em Oxalá – equilíbrio positivo do Universo – ora intermediário entre um e outro pólo. Tempo é equilíbrio e desequilíbrio, ao mesmo tempo. Ele é o segundo, o minuto, a hora.
Na casa de Angola, Tempo é reverenciado com o Pai da Maionga, do banho, que vai purificar o corpo dos seguidores e iniciados no culto, no momento de maior energia, e vibração deste Inkice (Orixá). Momento também de maior purificação feita através do banho com ervas, água do mar, de cachoeira, de rio, de mina e de chuva, etc.
Tempo está ligado ao meio ambiente, pois qualquer choque ambiental tem a sua regência. Ligado intimamente aos quatros elementais da Natureza, Tempo viaja por todos eles, num movimento constante, alterando infinitamente o Tempo. Sem esse movimento viveríamos o mesmo segundo sempre melhor “sempre” não existiria. Com o tempo parado não poderia existir vida de nenhuma espécie. A este Orixá também chamado de Kitêmbo foi designado e controle do ambiente a passagem dos segundo, minutos e horas, dando sentindo aos dias, semanas, meses, anos, décadas, séculos e milênios. Ele é o próprio nome Tempo (Kitêmbo) rege as estações do ano. Ele é o responsável pela passagem de um a para outra. Está ligado ao frio, ao calor, à seca, às tempestades, ao ambiente pesado e ao ambiente agradável.
Tempo é o outono: período de mudança das plantas, dos ventos fortes, do clima meio nublado, sem beleza, mas de fundamental importância para o surgimento de um novo ciclo de vida.
Tempo é inverno período de frio, chuvas permanentes, ambiente gelado e úmido.
Tempo é verão: período de forte calor, de sol escaldante, de seca, de estiagem.
Tempo é primavera período da beleza das plantas, do nascimento e do desabrochar das flores, do clima agradável, do frio gostoso e do sol morno, sadio; período em que a Natureza é mais colorida e talvez mais bela de ser ver.
Tempo é o passeio por todas essas estações. Ele se encanta na mudança brusca de clima, do popular: “sol e chuva, casamento de viúva”. Tempo é a mudança radical e a mudança proporcional do clima. Kitêmbo é a escala do tempo, por isso sua ferramenta é uma escada, em referencia ao crescimento do tempo em nossa volta. É a energia em constante deslocamento nos quatro pontos cardeais: norte, sul, leste e oeste. Viaja pelos quatro, constantemente, sem parar. E nem poderia!

Mitologia
Os Angolas e os Congos, que cultuam os antepassados, contam uma historia sobre esse Inkice (Orixá). Relatam que ele era um homem muito agitado, que resolvia varias coisas ao mesmo tempo e que realiza varias tarefas de uma só vez. Reclamava, entretanto, que o dia era muito pequeno e que não conseguia realizar tudo aquilo que desejava, nos prazos estabelecidos por ele mesmo. Reclamava demais. Cobrava de Zambi (Oxalá nas nações Angola e Congo) ter nascido lento e incapaz de realizar tudo o que pretendia, mesmo que, na realidade, fosse um homem forte, veloz, astuto e competente. Mesmo assim, não se considerava capacitado para realizar seus objetivos e acusava Zambi de ter feito o dia muito pequeno.
Um dia, Zambi lhe disse:
- Você e muito afoito. Parece que errei em sua criação, pois você não se conforma com o eu feito.
E ele retrucou a Zambi:
- Não tenho culpa se o Senhor, Pai, fez o dia tão pequeno. As horas são tão miúdas que não dá tempo para realizar tudo aquilo que planejo!
E Zambi aborrecido, mas admirado pela coragem do seu filho determinou então:
- Já que você considera que o tempo é pequeno, passará, então, a controlá-lo e administrando o verão, o inverno, o outono e a primavera. Andará então pelo fogo, pela água, pela terra e pelo ar. Não terá, mas problemas de tempo. Será então conhecido com Tempo e regerá os movimentos da Natureza.
E na terra o povo clama o seu Inkice entoando a cantiga:
“E Tempo Zará... e Tempo Zará Tempo ô!
E Tempo para trabalhar...
“E Tempo Zará... e Tempo Zará Tempo ô!
E Tempo para comer...
“E Tempo Zará... e Tempo Zará Tempo ô!
E Tempo para beber...
“E Tempo Zará... e Tempo Zará Tempo ô!
“E Tempo para viver...”

Fonte: http://dofonodelogum.sites.uol.com.br/tempo.html

IBEJI
Ibeji o único Orixá permanentemente duplo é formado por duas entidades distintas e sua função básica é indicar a contradição, os opostos que coexistem. Num plano mais terreno por ser criança. A ele é associado a tudo o que se inicia: a nascente de um rio, o germinar das plantas, o nascimento de um ser humano.
Seus filhos são pessoas com o temperamento infantil, brincalhonas, sorridentes, irrequietas, de muita energia nervosa. Como marca física, aparentam menos idade do que realmente possuem. São muito dependentes em seus relacionamentos emocionais, quase sempre teimosos e possessivos. Ágeis no caminhar não têm paciência para ficar parados por muito tempo. Odeiam profissões burocráticas e preferem os esportes onde descarregam a e energia e possam competir ou as carreiras que possibilitem algum prazer lúdico. São muito cativantes e carinhosos, com uma sensibilidade sempre à flor da pele; por isso mesmo magoam-se com facilidade, exageram as contrariedades e agressões que recebem e se deixam levar por mal-entendidos. Como a maior parte das crianças, gosta de estar em meio a muita gente. As pessoas da Umbanda freqüentemente temem Ibeji: poderoso como todo o Orixá, a criança-divindade, entretanto, entende os pedidos de maneira simplista, o que pode levar a conseqüências não previstas pelas entidades em geral. Por outro lado, têm a reputação de ser extremamente fiéis às pessoas que conquistam sua confiança.
No dia de Ibeji, 27 de setembro (o mesmo de Cosme e Damião, com quem são sincretizados), é costume as casas de culto abrirem suas portas e oferecerem mesas fartas de doces e comidas para as crianças, elevadas à condição de representantes na terra do Orixá.
Fonte: Palácio Mamãe Oxum

ORUNMILÁ
O futuro das pessoas a sua função é muito parecida com a de Exú já que ambos são os únicos que têm passagem livre entre os dois mundos, sendo assim, qualquer pedido feito a ele é prontamente atendido.
Participou da criação da terra e do homem. Auxilia as pessoas a resolverem os problemas do dia-a-dia. Tem o poder da vida e da morte nas mãos. É bastante sábio e tem prática em adivinhação, o que desperta a curiosidade das pessoas.
Sincretismo: Santíssimo Sacramento
Dia: sexta-feira
Cores: branco
Elemento: água
Ferramentas: Opelê
Saudação: Epa bábá!
Oferendas: acaçá, água, milho branco
Fonte: PRANDI, Reginalgo. Mitologia dos Orixás.

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