sábado, 7 de dezembro de 2013

Ebó (candomblé) ou sacudimento (umbanda)








Ebó (candomblé) ou sacudimento (umbanda) é uma série de rituais visando corrigir várias deficiências na vida de um ser humano (saúde, amor, prosperidade, trabalho profissional, equilíbrio, harmonia familiar, etc.) A composição de cada ebó depende de sua finalidade e seus componentes irão desde bebidas, frutas, folhas, velas, adornos, alimentos secos, mel, dendê, louças, artefatos de barro ou ágata.

O termo ebó tem pelo menos 2 significados práticos. O primeiro quando é usado para denominar um processo de limpeza, chamado também de sacudimento na umbanda. O segundo quando é usado genericamente para o ato de fazer uma oferenda e as vezes para a oferenda em si.
A palavra ebó – significa sacrifício e devemos entender isso de uma forma ampla.

O ebó uma oferenda a ser feita para os ancestrais ou orixá (òrìṣà) em agradecimento por bênçãos recebidas ou na intenção de resolver problemas ou obstáculos, abrir portas e oportunidades. Os itens normalmente se compõem de itens comestíveis como frutas frescas, água, bebidas destiladas, mel e azeite.
Além disso, o ebó (sacudimento) pode conter outros itens como dinheiro, roupas, búzios e ervas. Alguns tipos são colocados dentro de casa e outros devem ser colocados no tempo.
Ebó é assim uma oferta ritual, um forte elemento e o motivo final do processo de consulta ao oráculo. Ele tem uma função central no processo de consulta. O ritual de oferta consiste de uma liturgia elaborada com objetivo de apresentar uma comida e bebida através dos quais o homem manipulará e usará para intermediar com as divindades em seu próprio benefício.
O relacionamento entre os seres humanos e as divindades é expressado e obtido através da execução de rituais e liturgias, e isso ocorre em qualquer religião sendo essa, a ritualização, a base da necessidade e existência das religiões uma vez que a sua razão é a ligação entre o homem e o divino.
A colocação ou citação do oráculo como parte do processo de um ebó é intencional, em se tratando de Candomblé ou de Ifá, não existe sentido em se estabelecer a necessidade de se fazer um ebó sem que o oráculo esteja envolvido.
Estamos tratando de uma processo de transmissão, equilíbrio e reposição de axé através de orixá e com a interferência de um “operador” qualificado o sacerdote, dessa forma a necessidade disso, a composição, local, etc. tem que ter sido definido através do oráculo, é assim que as coisas funcionam, isso não é Umbanda.
Os rituais e litugias conectam o mundo físico ao mundo espiritual de forma a trazer harmonia e equilíbrio para o nosso dia a dia.
A realização das liturgia e rituais através do ebó re-ordena e corrige o relacionamento entre a divindade e o homem trazendo o equilíbrio que se deseja. Segundo Abímbọ́lá, todo conflito no cosmo Yorùbá pode ser eventualmente resolvido através do uso do ebó. O sacrifício (ou ebó) é a rama que traz a solução e tranquilidade ao universo e que ordena os problemas do dia a dia.

Quatro coisas são importantes para a eficácia de um ebó:
A primeira é o correto uso de cada elemento ritual que é especificado para o odú que foi revelado na consulta ao oráculo.
Segundo isto tem que ter objetivo e propósitos reais e sinceros.
Terceiro, tem que ser espiritualmente tratado por sacerdotes.
Existe a necessidade de existir uma integração entre o sacerdote, o consulente e as forças espirituais que serão movimentadas para se obter o resultado desejado. Mais ainda, quando este relacionamento é próximo, as ervas, se forem necessárias, irão curar de fato.

Algumas vezes o ebó não virá na forma de uma oferenda física, mas sim através de regras de comportamento e proibições. Por exemplo, não frequentando alguns lugares, não consumindo determinado tipo de alimento, não fazendo determinado tipo de tarefa ou comportamento, adotando uma rotina de rezas, etc.. Uma parte muito importante de um ebó (sacudimento) é se determinar a quantidade de tempo que ele vai ficar exposto e o local onde será colocado depois. Normalmente os ebós são colocados em algum lugar da natureza.

Esta definição é parte do processo do oráculo. Mas em relação a seu significado o mais importante é entender que o ebó é mais do que um conjunto de itens físicos.
Ele é parte de um sistema de forças e energia que é movimentado no momento em que se inicia a consulta ao oráculo, quando olódùmarè se utilizará de Orunmilá e de seus ministros, os orixás e ancestrais, para poder mudar ou corrigir uma determinada situação, e neste processo, Bará é o elemento transportador de energia, ou axé.
Assim todo o conjunto espiritual que compõe os fundamentos da religião se movimentam através de uma simples consulta a Ifá, ou seja, um jogo de búzios. Não podemos entender o significado de um ebó (sacudimento) se não compreendermos este sistema metafísico que está envolvido e suas diversas engrenagens.
Em nossa Tenda, utilizamos os Ebós (sacudimentos) sob a orientação dos Mentores (vovô João de Minas, que joga os búzios para ver os odus do consulente) e de Maria Molambo, além do oráculo utilizado por Mãe Ana de Oxumaré aos consulentes, quando necessário.

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