segunda-feira, 2 de março de 2015

Os Seres Sagrados do Criador dos Homens






Òrìsà Nlá (Oxalá)foi designado por Olodùmáré para criar as características físicas humanas, afim de habitar a Terra nos primórdios de sua criação. Os mitos relatam que Òrìsà Nlá fez uso da lama primordial, denominada de amò o barro mítico de onde viemos e para onde retornaremos. A função desempenhada pela Grande Divindade Escultora, agora denominada de Alámòrere – Proprietário da Boa Lama, deu-lhe a prorrogativa de determinar a aparência humana perfeita ou deficiente. No grupo dos seres que nascem com deficiência física encontram-se em ordem hierárquica os seguintes portadores:
1- ÀFIN - Albinas
2. ABUKÉ – Corcundas
3. ARO – Aleijados
4. ARÀRÁ – Anões
As crianças que nascem dentro desta categoria são consideradas sagradas aos olhos do povo iorubá, acredita-se que são a personificação do próprio Òrìsà Nlá. Recebem a orientação de Ifá, onde de imediato são prescritas as oferendas e seus respectivos eèwò – tabus.
Durante um longo período, essas crianças são banhadas com água de fonte, onde somente as mulheres virgens e que cessaram por completo o ciclo menstrual podem apanhar este tipo de água. A cada quatro dias elas levantam antes do nascer do sol e em silêncio absoluto partem para o local onde esta localizada a fonte sem mencionar uma palavra com quem quer que seja. O Oba Odù que relata a origem dos deficientes físicos menciona: Suas vidas serão puras e límpidas como água apanhada logo cedo pela manhã! Òrìsà Nlá dá a seus filhos motivo para serem felizes e torna seus filhos prósperos:
Por mais pesado que possa parecer o fardo que os pais de uma criança deficiente tem que carregar pela vida toda, os Eni Òrìsà-Nlá são vistos com bons olhos e que possam trazer a toda família as bençãos dos Òrìsà Funfun – Divindades Brancas. Em território iorubá, olhar para estes seres sagrados com olhares maliciosos, preconceituosos ou mesmo fazerem chacotas sobre a sua condição física, é motivo para ficar amaldiçoado por um bom tempo, até que se preste homenagem a Òrìsà-Nlá para que a praga seja extinguida.
Assim acredita o milenar povo iorubá, que em uma época muito remota sacrificavam estes seres ou abandonavam em florestas!

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