sexta-feira, 31 de julho de 2015

GLOBO X CANDOBLÈ


Neste mês de abril de 2015, a Rede Globo completou 50 anos. Ao longo desses anos, programas de jornalismo, novelas, minisséries, programas de auditório e entretenimento tiveram como pauta o Candomblé e a cultura afro brasileira, conforme destacamos abaixo:
Em 1971, o Jornal Nacional noticiou na possante voz de Hilton Gomes, que tinha como companheiro de bancada Cid Moreira, a morte de João Alves de Torres Filho ou do Pai Joãozinho da Goméia. Era a primeira vez que a morte de um sacerdote do Candomblé era transmitida em rede nacional.

Em 1973, o grande comunicador Chacrinha lançava em seu programa a canção de Dorival Caymmi "Oração de Mãe Menininha" interpretada por Gal Costa e Maria Bethânia. A homenagem a então Yalorixá mais importante da época tornou-se um grande sucesso nacional, ao ponto de Chacrinha transformá-la em jingle do programa.

Em 1976, o Globo Repórter com Sérgio Chapelin apresentou como matéria, o filme de Paulo Gil Soares Brasil em coprodução com um canal de televisão francês e com a orientação do antropólogo e escritor Pierre Fatumbi Verger: "O Poder do Machado de Xangô". O programa mostrava a história do jovem Balbino Daniel de Paula (Balbino de Xangô ou Obarayin) que vai à África em busca de um templo de Xangô.

Em 1979, o Globo Repórter apresentou Arte Sacra Negra I e II (Orixá Ninu Ilê Iya Miagbá) de Juana Elbein dos Santos. O programa abordava o culto às iyamins eleyés (as senhoras dos pássaros sagrados).

Em 1980, um dos mestres do humor, Chico Anysio criava para seu programa Chico City o personagem Painho. O personagem era um pai de santo baiano que consagrou vários bordões, dentre eles: "Aff Maria!" e "Sai prá lá que eu tô um caco!".

Em 1980, o Fantástico começava as entrevistas com previsões de numerólogos, tarólogos, astrólogos, Babalorixás e Yalorixás.

Em 1983, o Globo Repórter abordou Egungun de Carlos Brajsblat. O programa junto com o filme entrava nos mistérios do culto aos ancestrais.




Em 1983, o Bom Dia Brasil entrevistava Babalorixás para previsões.

Em 1985, o romance Tenda dos Milagres de Jorge Amado foi adaptado por Aguinaldo Silva e Regina Braga em uma minissérie de 30 capítulos. O Candomblé e a Capoeira são as bases principais da história, que foi gravada em Salvador e em Cachoeira/BA. O Lp (disco) do selo Som Livre teve a participação de diversos intérpretes, dentre eles: Caetano Veloso, Moraes Moreira, Dorival Caymmi, Nana Caymmi e consagrou a belíssima canção de Gerônimo e Vevé Calazans "É d'Oxum" interpretada no disco pelas vozes dos cantores do MPB-4.

Em 1988, a minissérie O Pagador de Promessas, que teve uma versão cinematográfica em 1962, foi um dos maiores sucessos quando retratava Zé do Burro um simples lavrador que fez uma promessa para Yansã, sincretizada a Santa Bárbara, de levar uma cruz até a igreja católica dedicada a Santa. O Pagador de Promessas foi o único filme brasileiro a ganhar a Palma de Ouro no Festival de Cannes, na França.

Em 2000, o programa Mais Você de Ana Maria Braga apresentava previsões com Místicos e Babalorixás.

Em 2001, a novela Porto dos Milagres, com adaptação de duas obras do escritor Jorge Amado: Mar Morto e A descoberta da América Pelos Turcos, foi escrita por Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares. Na novela, Arlete Palmeirão (Letícia Sabatella) é uma prostituta que se envolve com Bartholomeu (Antônio Fagundes). Deste relacionamento nasce um menino que é salvo por Yemanjá, após Arlete tê-lo jogado ao mar em um cesto. A música de abertura "Caminhos do Mar" de Dorival Caymmi, Danilo Caymmi e Dudu Falcão interpretada por Gal Costa faz toda reverência a Yemanjá, a Rainha do mar.

Em 2008, foi lançada em horário nobre a vinheta para a 1ª Caminhada contra a Intolerância Religiosa. O evento é organizado pela (CCIR) Comissão de Combate a Intolerância Religiosa, com participação de umbandistas, candomblecistas, espíritas, judeus, católicos, muçulmanos, bahá'ís, evangélicos, hare krishnas, budistas, ciganos, wiccanos, seguidores do Santo Daime, ateus e agnósticos. O evento tem como objetivo estimular o respeito à diversidade e o direito à liberdade de crença.

Em 2009, a Globo lançou a série "O Sagrado" que discutia a diversidade religiosa. O programa abordava um tema por semana, mostrando a visão e o entendimento de cada religião a respeito de assuntos como: violência urbana, liberdade de expressão, sexualidade, novas famílias, entre outros. Vários líderes religiosos participaram do programa.

Em 2012, a novela Lado a Lado das 18h retratava a luta dos negros após a abolição da escravidão com suas transformações. Mais uma vez o Candomblé fazia parte do tema, com a atriz Zezé Barbosa que interpretava a Tia Jurema e jogava búzios.

Em 2013, 'O Canto da Sereia' uma minissérie brasileira escrita por George Moura, Patrícia Andrade e Sérgio Goldenberg foi baseada no livro homônimo do escritor Nelson Motta, e retratava a história de uma popular cantora que foi assassinada em pleno carnaval, mobilizando assim uma grandiosa investigação em torno da história que também abordava o Candomblé. Sereia era interpretada pela atriz Ísis Valverde.

Em 2013, o Globo Educação com apresentação de Sandra Annenberg mostrou o ensino da cultura afro-brasileira nas escolas do país.

Em 2013, a TV TEM afiliada da Rede Globo apresentou no programa De Ponta a Ponta"A Força da Cultura Negra" para celebrar o dia da Consciência Negra.

Em Salvador, a Rede Bahia que cobre os 417 municípios do estado sempre mostra eventos e entrevistas pautadas na cultura afro-brasileira. Um grande exemplo é a Lavagem do Bonfim e a Festa de Yemanjá realizada no dia 02 de fevereiro. Estas festas entram em links em vários programas da Rede.

Salve a Cultura Afro-Brasileira!
Axé!

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