domingo, 24 de janeiro de 2016

O encanto do Alabê de Jerusalém


Na cultura yorubá, o Igbá ou cabaça, que é o fruto do cabaceiro, é usado tanto como copo, prato, vasilha para guardar utensílios, como também instrumento musical, como é o caso do Alugbá, onde ela é usada como um pequeno tambor. A cabaça também é usada em forma de chocalho, como o Sékéré ou Séré.

O responsável por tocar o Alugbá ou Sákéré é o Alágbè (Senhor da cabaça). O Alágbè é ohomem habilitado para por as mãos na cabaça. Ele sabe os cânticos certos para invocar as divindades, através de toques que efetua na cabaça. Conhecedor de muitos segredos, o Alágbè usufrui de muito respeito na sociedade yorubá.

E foi inspirado nesse prestígio dos Alágbé's que Altay Veloso compôs a ópera "O Alabê de Jerusalém". O Alabê de Jerusalém fala sobre a saga de Ogundana, um africano nascido na cidade de Ifé na Nigéria, contemporâneo de Jesus Cristo, que hoje, dois mil anos depois, no Brasil, num templo de culto africano, retorna a terra como uma entidade de nome Alabê de Jerusalém para contar sua experiência. Era ele quem cuidava da casa da música na tribo dos yorubás. A ópera traz passagens marcantes da trajetória de Ogundana, como a amizade com Jesus e a paixão por Judith.

A ópera foi encenada pela primeira vez em 2005, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, e desde a sua estreia tem tido o apoio de todos os setores da comunidade artística brasileira.

Neste ano, a escola de samba Unidos do Viradouro traz como enredo "O Alabê de Jerusalém, a saga de Ogundana", pelo carnavalesco Max Lopes, por isso todo esse encanto de espetáculo está em mini temporada que começou dia 13, e vai até amanhã sábado, 16 de janeiro, na quadra da escola, na Avenida do Contorno 16, Barreto, em Niterói. As apresentações acontecem sempre às 20h30 e a entrada é franca.

O Alabê de Jerusalém de Altay Veloso tem a direção e a coreografia de Fábio de Mello, conta com os atores Isabel Fillardis, Watusi e Jayme Periard, além de um corpo de balé com 24 bailarinos e 18 cantores.

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