quarta-feira, 20 de abril de 2016

Saúde na comunidade de terreiro


Dentro da comunidade são produzidas práticas terapêuticas que atuam na prevenção da saúde entre o mundo físico e espiritual, desenvolvendo diversos processos, como ebós, bori, etc. O bori, por exemplo, é um ritual para proporcionar equilíbrio ao adepto, presente em todas as casas de Candomblé e pelo qual todos os membros da religião passam de forma sistemática. Ele também deve estar associado a outros recursos extra-religiosos para alcançar tal fim.


Através dessa perspectiva, os terreiros agem sobre o processo saúde-doença. No terreiro se trabalha com a concepção pensada e produzida da saúde na relação entre o mítico e o empírico. Enquanto o SUS e a medicina convencional atuam através de um conjunto de serviços preventivos específicos, digamos que o Candomblé trabalha a medicina humana e espiritual, tendo uma visão como um todo.

Trabalhamos não apenas a saúde espiritual, como a psíquica através da escuta desenvolvida em atendimento de cada individuo. Dentro do terreiro é produzida uma idéia de saúde que põe em prática uma proposta que é foco de Políticas Nacionais como o HumanizaSUS: o individuo têm seu lugar de pertencimento e vínculos estabelecidos, desenvolvendo assim, uma rede de apoio que produz saúde no sentido ampliado.

Dentro do terreiro os adeptos sabem que há espaço para cuidar e ser cuidado, ouvir e ser ouvido. A comunidade contribui através dos valores e regras da construção de relações coletivas e interpessoais.

Sentimos ausências de Políticas Públicas que sejam voltadas para o convencional e tradicional, fazendo uma junção em prol dos indivíduos sem distinção de raça, gênero e etnia.

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